São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010

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Exército vai tirar batalhão de perto do tráfico

CIRILO JUNIOR
DO RIO

O temor de que ex-militares sejam cooptados por traficantes pesou na decisão do Exército de transferir a sede da Brigada de Infantaria Paraquedista do Rio para Goiânia. A mudança ainda não tem data marcada.
A Brigada é a tropa que vai permanecer no Alemão nos próximos meses. A transferência tinha sido definida antes de a tropa entrar na operação contra o tráfico.
Embora isso não seja admitido abertamente, casos de militares cooptados pelo crime nos últimos anos acenderam o sinal vermelho na cúpula do Exército.
Oficialmente, a transferência da Brigada tem motivações estratégicas. A justificativa é que em Goiânia os deslocamentos serão mais ágeis.
Um general da reserva do Exército, que participou das discussões que definiram a mudança, confirma que a proximidade de soldados com o tráfico de drogas foi um dos fatores decisivos.
"Essa preocupação sempre esteve na pauta do dia. Estávamos treinando soldados para o tráfico", diz o militar, que pediu anonimato.
Levantamento do Ministério Público Militar aponta que de 1997 a 2007, de 191 militares que foram expulsos, 18% cometeram atos criminosos fora do quartel, a maior parte ligada ao tráfico.
Parte dos soldados da Brigada mora em favelas e ganha salário em torno de R$ 1.300. "A fiscalização tem que ser intensificada, colocando mais oficiais e sargentos na tropa", afirma o coronel da reserva Diógenes Dantas Filho, da inteligência do Ministério Público Militar.


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