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CLIMA
Desde o início do ano, já choveu 80% da média de janeiro na cidade de São Paulo; há seis mortes registradas e um desaparecido
Mais 2 morrem no 4º dia seguido de chuvas
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As chuvas que atingiram o Estado de São Paulo nos quatro primeiros dias do ano -só na capital paulista choveu o equivalente a
80% do esperado para todo o
mês- provocaram ontem mais
duas mortes, interditaram duas
rodovias, derrubaram casas e muros, deixaram pelo menos 780
pessoas desabrigadas em várias
cidades e alagaram 27 pontos pela
manhã apenas na capital paulista.
De acordo com o Cptec (Centro
de Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos), em quatro dias de janeiro choveu 190 mm na cidade
de São Paulo -a média histórica
do mês é de 239 mm. Só neste início de ano já choveu mais do que
em todo o mês de dezembro,
quando o volume de água foi de
158 mm. A previsão é que as chuvas continuem até amanhã.
Segundo a Defesa Civil do município, foram registradas 51
ocorrências desde terça-feira
-entre elas dez desabamentos de
casas e quatro inundações. Só o
transbordamento do córrego Pirajussara levou ao atendimento
de 180 famílias desalojadas.
No Jardim Lapena (zona leste),
300 famílias foram afetadas pela
tempestade da madrugada de terça, ainda segundo a Defesa Civil.
Também em conseqüência das
fortes chuvas, um poste caiu sobre um menino de 12 anos no Parque Anhangüera (zona norte).
Guilherme Félix de Barros tinha
suspeita de traumatismo craniano e estava internado no Hospital
das Clínicas até as 23h30 de ontem. Houve deslizamento de terra
e o desabamento de um muro na
área, comprometendo um poste
que arrastou outros dois.
Mortes
Na zona sul de São Paulo, o motorista de um Escort morreu afogado ao cair com seu carro em um
córrego, durante a chuva da madrugada de ontem. Outras quatro
pessoas que estavam no veículo
escaparam. A Polícia Militar informou que Julival Santos Silva,
40, não se salvou por ter ficado
preso no cinto de segurança.
Segundo a PM, Silva emprestou
o Escort de um amigo para levar a
vizinha, Maria da Silva Pereira,
44, ao hospital. No carro estavam
dois filhos da vizinha -de 18 e 17
anos- e um amigo da família, de
20. Todos moram na região de Parelheiros (zona sul).
Em Sorocaba (100 km da capital), a dona-de-casa Sonia dos
Santos Lemos Pinho, 31, morreu
após tentar socorrer o cão, atingido por um raio na madrugada de
ontem. Ela e o cachorro estavam
no quintal da casa. Chovia no momento do acidente.
Sonia foi levada a um pronto-socorro, mas já chegou morta ao
local. O IML deu como causa da
morte "forte descarga elétrica".
Com isso, já são seis as mortes
ocorridas no Estado em razão das
chuvas deste início de ano.
Na madrugada de terça-feira,
duas mães e duas filhas morreram
em soterramentos registrados nas
cidades de Francisco Morato
(Grande São Paulo) e de Várzea
Paulista (63 km de São Paulo).
Em Sorocaba, há um aposentado desaparecido desde segunda-feira, após ter sido arrastado pelas
águas de um córrego.
Em Osasco, diversas ruas ficaram alagadas no bairro Rochdale,
fazendo com que alguns moradores tivessem que deixar suas casas
nadando. A água passou por cima
das comportas construídas nas
portas, entrou pelas janelas e deixou toda a região alagada.
Em um prédio do Horto Florestal (zona norte de São Paulo) entregue em 2005, a queda de um
muro de seis metros soterrou
quatro carros, sem deixar feridos.
O deslizamento ocorreu às 3h20
de quarta. Segundo o subsíndico,
Anderson Gonçalves, há fissuras
em três andares e no térreo.
Ontem à tarde, voltou a chover e
o CGE (Centro de Gerenciamento
de Emergências) registrou 13
pontos de alagamento, sendo cinco na marginal Pinheiros.
Às 21h30, com chuva em pontos
isolados da capital, o CGE registrava quatro pontos de alagamento, mas apenas o trecho da avenida Cândido Portinari próximo à
rodovia Anhangüera continuava
intransitável.
(VICTOR RAMOS, DANILO ALMEIDA e LUCAS NEVES)
Colaborou a Agência Folha
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