São Paulo, quinta-feira, 05 de janeiro de 2006

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CLIMA

Desde o início do ano, já choveu 80% da média de janeiro na cidade de São Paulo; há seis mortes registradas e um desaparecido

Mais 2 morrem no 4º dia seguido de chuvas

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


As chuvas que atingiram o Estado de São Paulo nos quatro primeiros dias do ano -só na capital paulista choveu o equivalente a 80% do esperado para todo o mês- provocaram ontem mais duas mortes, interditaram duas rodovias, derrubaram casas e muros, deixaram pelo menos 780 pessoas desabrigadas em várias cidades e alagaram 27 pontos pela manhã apenas na capital paulista.
De acordo com o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), em quatro dias de janeiro choveu 190 mm na cidade de São Paulo -a média histórica do mês é de 239 mm. Só neste início de ano já choveu mais do que em todo o mês de dezembro, quando o volume de água foi de 158 mm. A previsão é que as chuvas continuem até amanhã.
Segundo a Defesa Civil do município, foram registradas 51 ocorrências desde terça-feira -entre elas dez desabamentos de casas e quatro inundações. Só o transbordamento do córrego Pirajussara levou ao atendimento de 180 famílias desalojadas.
No Jardim Lapena (zona leste), 300 famílias foram afetadas pela tempestade da madrugada de terça, ainda segundo a Defesa Civil.
Também em conseqüência das fortes chuvas, um poste caiu sobre um menino de 12 anos no Parque Anhangüera (zona norte). Guilherme Félix de Barros tinha suspeita de traumatismo craniano e estava internado no Hospital das Clínicas até as 23h30 de ontem. Houve deslizamento de terra e o desabamento de um muro na área, comprometendo um poste que arrastou outros dois.

Mortes
Na zona sul de São Paulo, o motorista de um Escort morreu afogado ao cair com seu carro em um córrego, durante a chuva da madrugada de ontem. Outras quatro pessoas que estavam no veículo escaparam. A Polícia Militar informou que Julival Santos Silva, 40, não se salvou por ter ficado preso no cinto de segurança.
Segundo a PM, Silva emprestou o Escort de um amigo para levar a vizinha, Maria da Silva Pereira, 44, ao hospital. No carro estavam dois filhos da vizinha -de 18 e 17 anos- e um amigo da família, de 20. Todos moram na região de Parelheiros (zona sul).
Em Sorocaba (100 km da capital), a dona-de-casa Sonia dos Santos Lemos Pinho, 31, morreu após tentar socorrer o cão, atingido por um raio na madrugada de ontem. Ela e o cachorro estavam no quintal da casa. Chovia no momento do acidente.
Sonia foi levada a um pronto-socorro, mas já chegou morta ao local. O IML deu como causa da morte "forte descarga elétrica".
Com isso, já são seis as mortes ocorridas no Estado em razão das chuvas deste início de ano.
Na madrugada de terça-feira, duas mães e duas filhas morreram em soterramentos registrados nas cidades de Francisco Morato (Grande São Paulo) e de Várzea Paulista (63 km de São Paulo).
Em Sorocaba, há um aposentado desaparecido desde segunda-feira, após ter sido arrastado pelas águas de um córrego.
Em Osasco, diversas ruas ficaram alagadas no bairro Rochdale, fazendo com que alguns moradores tivessem que deixar suas casas nadando. A água passou por cima das comportas construídas nas portas, entrou pelas janelas e deixou toda a região alagada.
Em um prédio do Horto Florestal (zona norte de São Paulo) entregue em 2005, a queda de um muro de seis metros soterrou quatro carros, sem deixar feridos.
O deslizamento ocorreu às 3h20 de quarta. Segundo o subsíndico, Anderson Gonçalves, há fissuras em três andares e no térreo.
Ontem à tarde, voltou a chover e o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) registrou 13 pontos de alagamento, sendo cinco na marginal Pinheiros.
Às 21h30, com chuva em pontos isolados da capital, o CGE registrava quatro pontos de alagamento, mas apenas o trecho da avenida Cândido Portinari próximo à rodovia Anhangüera continuava intransitável. (VICTOR RAMOS, DANILO ALMEIDA e LUCAS NEVES)
Colaborou a Agência Folha


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