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Abaixo-assinado pró-intervenção no Masp já conta com 650 assinaturas
Signatários reivindicam a transferência da instituição para a esfera pública
DA REPORTAGEM LOCAL
É grande a pressão pela intervenção pública no Masp, 15
dias depois do furto de duas
obras do acervo do museu -um
Picasso e um Portinari. Um
abaixo-assinado lançado há
uma semana por Luiz Marques,
ex-curador do museu, pede a
transferência da instituição para a esfera pública e já conta
com a adesão de 650 pessoas, a
maioria acadêmicos e artistas.
O Masp é gerido por uma sociedade privada, mas seu acervo -avaliado em R$ 1 bilhão- é
tombado pelo Estado. Além de
problemas de segurança, o museu tem uma dívida estimada
em R$ 14 milhões.
Apesar da pressão, nem todos os signatários do manifesto
acreditam ser viável uma intervenção no museu. Claudio Weber Abramo, da Transparência
Brasil, diz que "legalmente não
tem como [intervir]".
Entretanto, ele e Marques
concordam que é preciso aproveitar que vence em novembro
a cessão do edifício onde o museu está instalado -o prédio de
Lina Bo Bardi pertence à prefeitura. "A associação não possui uma sede. Já é meio caminho andado para entender que
os poderes públicos estão mais
próximos desse acervo do que a
gente imagina", diz Marques.
O advogado Fábio Konder
Comparato, professor aposentado da USP, também signatário do manifesto, defende que o
acervo seja desapropriado. "As
obras que são do Masp são de
interesse público. O Masp está
gerindo algo que não é dele."
Segundo a Folha apurou, a
Secretaria Municipal da Cultura não considera seriamente
essa alternativa, visto que o valor do acervo do museu é muito
alto e o processo, burocrático e
demorado demais.
O curador do Masp,Teixeira
Coelho, considera que estatizar
o museu seja "andar um pouco
na contramão". "O que precisa
é haver um entendimento sobre a participação do Estado
nessa questão", diz ele, que há
um ano e meio ocupa o cargo
que ficou vago por quase dez
anos. A assessoria de imprensa
da diretoria do Masp, procurada, disse que o presidente do
museu, Julio Neves, só se manifestará na próxima semana.
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