São Paulo, sábado, 05 de janeiro de 2008

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Abaixo-assinado pró-intervenção no Masp já conta com 650 assinaturas

Signatários reivindicam a transferência da instituição para a esfera pública

DA REPORTAGEM LOCAL

É grande a pressão pela intervenção pública no Masp, 15 dias depois do furto de duas obras do acervo do museu -um Picasso e um Portinari. Um abaixo-assinado lançado há uma semana por Luiz Marques, ex-curador do museu, pede a transferência da instituição para a esfera pública e já conta com a adesão de 650 pessoas, a maioria acadêmicos e artistas.
O Masp é gerido por uma sociedade privada, mas seu acervo -avaliado em R$ 1 bilhão- é tombado pelo Estado. Além de problemas de segurança, o museu tem uma dívida estimada em R$ 14 milhões.
Apesar da pressão, nem todos os signatários do manifesto acreditam ser viável uma intervenção no museu. Claudio Weber Abramo, da Transparência Brasil, diz que "legalmente não tem como [intervir]".
Entretanto, ele e Marques concordam que é preciso aproveitar que vence em novembro a cessão do edifício onde o museu está instalado -o prédio de Lina Bo Bardi pertence à prefeitura. "A associação não possui uma sede. Já é meio caminho andado para entender que os poderes públicos estão mais próximos desse acervo do que a gente imagina", diz Marques.
O advogado Fábio Konder Comparato, professor aposentado da USP, também signatário do manifesto, defende que o acervo seja desapropriado. "As obras que são do Masp são de interesse público. O Masp está gerindo algo que não é dele."
Segundo a Folha apurou, a Secretaria Municipal da Cultura não considera seriamente essa alternativa, visto que o valor do acervo do museu é muito alto e o processo, burocrático e demorado demais.
O curador do Masp,Teixeira Coelho, considera que estatizar o museu seja "andar um pouco na contramão". "O que precisa é haver um entendimento sobre a participação do Estado nessa questão", diz ele, que há um ano e meio ocupa o cargo que ficou vago por quase dez anos. A assessoria de imprensa da diretoria do Masp, procurada, disse que o presidente do museu, Julio Neves, só se manifestará na próxima semana.


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