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Editoras preveem prejuízos com a nova ortografia do português
Setor culpa custos com revisão e diagramação, além de perda na procura
MÁRCIO PINHO
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Contrariando comentários
de que o setor lucraria com o
Acordo Ortográfico, as editoras
afirmam que a previsão mais
sensata é a de prejuízo, em razão dos livros que poderão perder procura no mercado.
Isso porque, além dos gastos
com reimpressão, as editoras
terão de pagar por uma nova revisão e por uma outra diagramação das páginas.
"Mas livros com a grafia velha [a que também vale atualmente, mas que não será mais
considerada correta a partir de
2013] continuarão no mercado", diz Mary Lou Paris, da editora Terceiro Nome.
Breno Lerner diz já ter gasto
cerca de R$ 600 mil com o lançamento do dicionário "Michaelis" com as novas regras.
Para editoras portuguesas, a
reforma também não trará
muitas vantagens. "Haverá
oportunidades, mas, com o
contexto atual [de crise], as
vantagens não são muitas", diz
Vasco Teixeira, do Grupo Porto
Editora, um dos maiores de
Portugal. Sobre custos, ele diz
não ter previsão.
Por enquanto, a nova ortografia está sendo aplicada principalmente em lançamentos,
que já estão em livrarias brasileiras. Soraia Bini Cury, diretora do Grupo Editorial Summus,
diz que os revisores já foram
orientados sobre as regras para
a adoção nas novas publicações. Mas as dúvidas não esclarecidas no texto do Acordo
atrapalham, segundo ela.
"Seria mais custoso e trabalhoso deixar para se adaptar
mais tarde. Ainda não decidimos qual será nossa estratégia
quanto às edições antigas", diz.
A Ática também já adota a
nova grafia para seus próximos
lançamentos, diferentemente
da Objetiva e da Roca, que, em
meados de dezembro, trabalhavam só com a ortografia antiga.
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