São Paulo, segunda-feira, 05 de janeiro de 2009

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Editoras preveem prejuízos com a nova ortografia do português

Setor culpa custos com revisão e diagramação, além de perda na procura

MÁRCIO PINHO
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Contrariando comentários de que o setor lucraria com o Acordo Ortográfico, as editoras afirmam que a previsão mais sensata é a de prejuízo, em razão dos livros que poderão perder procura no mercado.
Isso porque, além dos gastos com reimpressão, as editoras terão de pagar por uma nova revisão e por uma outra diagramação das páginas.
"Mas livros com a grafia velha [a que também vale atualmente, mas que não será mais considerada correta a partir de 2013] continuarão no mercado", diz Mary Lou Paris, da editora Terceiro Nome.
Breno Lerner diz já ter gasto cerca de R$ 600 mil com o lançamento do dicionário "Michaelis" com as novas regras.
Para editoras portuguesas, a reforma também não trará muitas vantagens. "Haverá oportunidades, mas, com o contexto atual [de crise], as vantagens não são muitas", diz Vasco Teixeira, do Grupo Porto Editora, um dos maiores de Portugal. Sobre custos, ele diz não ter previsão.
Por enquanto, a nova ortografia está sendo aplicada principalmente em lançamentos, que já estão em livrarias brasileiras. Soraia Bini Cury, diretora do Grupo Editorial Summus, diz que os revisores já foram orientados sobre as regras para a adoção nas novas publicações. Mas as dúvidas não esclarecidas no texto do Acordo atrapalham, segundo ela.
"Seria mais custoso e trabalhoso deixar para se adaptar mais tarde. Ainda não decidimos qual será nossa estratégia quanto às edições antigas", diz.
A Ática também já adota a nova grafia para seus próximos lançamentos, diferentemente da Objetiva e da Roca, que, em meados de dezembro, trabalhavam só com a ortografia antiga.



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