São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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Foragido culpa GCM e fiscais da SPTrans

GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local

Laércio Ezequiel dos Santos, um dos líderes dos perueiros da zona sul de São Paulo, culpou ontem a Guarda Civil Metropolitana e a fiscalização da SPTrans (São Paulo Transportes) pelo acidente que resultou na morte de três passageiros de uma perua clandestina.
"Não vou eximir o perueiro de responsabilidade, mas os fiscais e os guardas agem com muita truculência. Foi desespero de ser preso. Mais errado é perseguir um perueiro em alta velocidade durante uma fiscalização", afirmou.
O líder também afirmou que considera legítima a fuga de um perueiro em uma blitz. "Não vou falar para o perueiro deixar de fugir. Ele está tentando defender seu patrimônio."
O líder dos perueiros está foragido desde a sexta-feira passada (dia 28), depois de ter a prisão temporária (por cinco dias) decretada por incentivar a categoria a reagir à fiscalização e "queimar" guardas municipais e fiscais da SPTrans em vez dos ônibus.
Em entrevista por telefone à Folha, Santos afirmou que exagerou nas declarações. Mas só pretende se entregar caso consiga o relaxamento de sua prisão, seguindo orientação que disse ser de seu advogado, Gentil Moura.
"Não quero ser preso, porque não sou bandido. Todos sabem onde eu moro e onde trabalho", disse Santos, que deixou de ser perueiro em 96 e hoje trabalha como assessor do deputado Zuza Massih (PRP), na Assembléia.
O líder dos perueiros disse que, por causa das declarações, foi transformado em "bode expiatório" da política de combate aos perueiros. "Falei aquilo porque estava sob pressão. Foram cinco minutos de burrice, de estupidez", afirmou. "Agora, estou no meio do fogo cruzado entre o Pitta, que quer minha cabeça, e do secretário da segurança, que está me usando para dar uma satisfação para a sociedade."
Santos afirmou que viajou de carro para Mato Grosso e ficou escondido na casa de um amigo. Ele disse que voltou ontem para São Paulo e pretende ir para o Rio de Janeiro para aguardar uma definição sobre sua prisão.



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