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Foragido culpa GCM e fiscais da SPTrans
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
Laércio Ezequiel dos Santos, um
dos líderes dos perueiros da zona
sul de São Paulo, culpou ontem a
Guarda Civil Metropolitana e a
fiscalização da SPTrans (São Paulo Transportes) pelo acidente que
resultou na morte de três passageiros de uma perua clandestina.
"Não vou eximir o perueiro de
responsabilidade, mas os fiscais e
os guardas agem com muita truculência. Foi desespero de ser preso. Mais errado é perseguir um
perueiro em alta velocidade durante uma fiscalização", afirmou.
O líder também afirmou que
considera legítima a fuga de um
perueiro em uma blitz. "Não vou
falar para o perueiro deixar de fugir. Ele está tentando defender seu
patrimônio."
O líder dos perueiros está foragido desde a sexta-feira passada
(dia 28), depois de ter a prisão
temporária (por cinco dias) decretada por incentivar a categoria
a reagir à fiscalização e "queimar"
guardas municipais e fiscais da
SPTrans em vez dos ônibus.
Em entrevista por telefone à Folha, Santos afirmou que exagerou
nas declarações. Mas só pretende
se entregar caso consiga o relaxamento de sua prisão, seguindo
orientação que disse ser de seu
advogado, Gentil Moura.
"Não quero ser preso, porque
não sou bandido. Todos sabem
onde eu moro e onde trabalho",
disse Santos, que deixou de ser
perueiro em 96 e hoje trabalha como assessor do deputado Zuza
Massih (PRP), na Assembléia.
O líder dos perueiros disse que,
por causa das declarações, foi
transformado em "bode expiatório" da política de combate aos
perueiros. "Falei aquilo porque
estava sob pressão. Foram cinco
minutos de burrice, de estupidez", afirmou. "Agora, estou no
meio do fogo cruzado entre o Pitta, que quer minha cabeça, e do
secretário da segurança, que está
me usando para dar uma satisfação para a sociedade."
Santos afirmou que viajou de
carro para Mato Grosso e ficou escondido na casa de um amigo. Ele
disse que voltou ontem para São
Paulo e pretende ir para o Rio de
Janeiro para aguardar uma definição sobre sua prisão.
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