São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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Primeiros dizem que foi "fácil"

ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local

Eles dizem que não gostam de estudar. No ano passado, dispensaram o cursinho, pois acharam que esse reforço não seria necessário para passar no vestibular de matemática (bacharelado) -a carreira que sempre sonharam em seguir.
Ambos dizem que entrar na USP foi uma tarefa fácil. Esses são alguns dos vários pontos em comum na história dos dois primeiros lugares na lista dos aprovados na Fuvest.
Desde que recebeu a notícia de que teve a melhor pontuação num dos exames de vestibulares mais concorridos do país, na manhã de ontem, Vinicius Cifú Lopes, 18, não teve tempo de comemorar. Afirma que nem fez questão disso.
"Não sou atleta para ficar comemorando o primeiro lugar. Isso veio como uma consequência, nunca estudei com esse objetivo", diz o estudante, que também foi o campeão do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio realizado em 99.
Vinicius sempre foi aluno de escola particular. Filho único de um casal de classe média (o pai é engenheiro e a mãe, dona-de-casa), ele presta o vestibular da Fuvest há cinco anos. Nas outras tentativas, classificou-se como treineiro de exatas.
O segundo colocado da Fuvest, Bruno Cerqueira Leite, 17, também acha que seu excelente desempenho na Fuvest é um fato normal, "sem motivo para tanto estardalhaço".
Ele conta que foi acordado ontem com o toque do telefone, às 9h30. Era o pessoal do Objetivo, onde também estudou, comunicando sua aprovação no exame.
"Nem avisei meu pai. Já tinha certeza de que ia passar."
Na primeira fase da Fuvest, fez 141 pontos num total de 160 testes. Em dezembro, conquistou uma vaga de engenharia na concorrida seleção do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica). No vestibular do ano anterior, ficou em segundo lugar entre os treineiros da área de exatas da Fuvest.
Filho de professores, Bruno fez o ensino fundamental em escola pública. A matrícula no colégio particular, em 97, só foi possível graças a uma bolsa de estudos -fato que, segundo ele, foi imprescindível para conseguir a vaga na USP.
"A escola pública está sucateada. Tenho certa facilidade em exatas, mas dificilmente teria passado se continuasse lá."



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