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Primeiros dizem que foi "fácil"
ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local
Eles dizem que não gostam
de estudar. No ano passado,
dispensaram o cursinho, pois
acharam que esse reforço não
seria necessário para passar no
vestibular de matemática (bacharelado) -a carreira que
sempre sonharam em seguir.
Ambos dizem que entrar na
USP foi uma tarefa fácil. Esses
são alguns dos vários pontos
em comum na história dos dois
primeiros lugares na lista dos
aprovados na Fuvest.
Desde que recebeu a notícia
de que teve a melhor pontuação num dos exames de vestibulares mais concorridos do
país, na manhã de ontem, Vinicius Cifú Lopes, 18, não teve
tempo de comemorar. Afirma
que nem fez questão disso.
"Não sou atleta para ficar comemorando o primeiro lugar.
Isso veio como uma consequência, nunca estudei com esse objetivo", diz o estudante,
que também foi o campeão do
Enem, o Exame Nacional do
Ensino Médio realizado em 99.
Vinicius sempre foi aluno de
escola particular. Filho único
de um casal de classe média (o
pai é engenheiro e a mãe, dona-de-casa), ele presta o vestibular
da Fuvest há cinco anos. Nas
outras tentativas, classificou-se
como treineiro de exatas.
O segundo colocado da Fuvest, Bruno Cerqueira Leite, 17,
também acha que seu excelente
desempenho na Fuvest é um
fato normal, "sem motivo para
tanto estardalhaço".
Ele conta que foi acordado
ontem com o toque do telefone, às 9h30. Era o pessoal do
Objetivo, onde também estudou, comunicando sua aprovação no exame.
"Nem avisei meu pai. Já tinha
certeza de que ia passar."
Na primeira fase da Fuvest,
fez 141 pontos num total de 160
testes. Em dezembro, conquistou uma vaga de engenharia na
concorrida seleção do ITA
(Instituto Tecnológico da Aeronáutica). No vestibular do
ano anterior, ficou em segundo
lugar entre os treineiros da área
de exatas da Fuvest.
Filho de professores, Bruno
fez o ensino fundamental em
escola pública. A matrícula no
colégio particular, em 97, só foi
possível graças a uma bolsa de
estudos -fato que, segundo
ele, foi imprescindível para
conseguir a vaga na USP.
"A escola pública está sucateada. Tenho certa facilidade
em exatas, mas dificilmente teria passado se continuasse lá."
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