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VIOLÊNCIA
Polícia teve que interromper trabalho em Araraquara
Grupo tenta agredir andarilho em reconstituição de crime
ANGELO SASTRE
da Folha Ribeirão
Um protesto de moradores ontem prejudicou a reconstituição
da morte de Renata Helena Lombrigati Costa, 5, desaparecida desde 12 de junho de 1997, em Araraquara (282 km de São Paulo).
Cerca de cem pessoas, que
acompanhavam os trabalhos da
polícia, ameaçavam agredir o andarilho Laerte Patrocínio Orpinelli, que confessou ter matado a garota.
Orpinelli confessou a autoria de
12 mortes, sendo quatro somente
na região de Ribeirão Preto (319
km de São Paulo). A polícia, entretanto, diz que ainda não tem
provas técnicas que comprovem
quem cometeu os crimes.
Os trabalhos de reconstituição
tiveram início às 10h na casa de
Lucia Helena Lombrigati, mãe de
Renata.
Na tentativa de evitar tumultos,
a equipe contou com o apoio de
seis carros da Polícia Civil e dois
da Polícia Militar de Araraquara.
Mesmo assim, a reconstituição
precisou ser interrompida após
40 minutos devido a um princípio
de tumulto no momento em que
Orpinelli iria ser retirado do carro
da polícia.
Os trabalhos foram suspensos
por uma hora e só reiniciados
após a chegada de reforços da tropa de choque de Araraquara.
Após os policiais isolarem as
ruas de acesso próximo ao matagal, Orpinelli entrou na mata com
a polícia técnica.
Contradições
Durante a reconstituição no
matagal, ele apontou cinco lugares diferentes e apresentou várias
contradições ao indicar pontos de
referências.
O andarilho permaneceu cerca
de uma hora e meia andando por
trilhas e demonstrou irritação
com os gritos da população.
Ao voltar para rua, onde seria
reiniciado o trajeto para dentro
da mata, a polícia foi surpreendida pela multidão, que invadiu o
local e se dirigiu a Orpinelli.
Para evitar possíveis agressões,
um carro retirou o andarilho antes da chegada dos moradores.
Os delegados não descartam a
possibilidade de uma nova reconstituição no local, já que houve contradições de Orpinelli.
"A reconstituição na casa bateu
com o depoimento, mas no mato
ele estava muito confuso", disse o
delegado de Araraquara, Antônio
Luís de Andrade.
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