São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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VIOLÊNCIA
Polícia teve que interromper trabalho em Araraquara
Grupo tenta agredir andarilho em reconstituição de crime

ANGELO SASTRE
da Folha Ribeirão

Um protesto de moradores ontem prejudicou a reconstituição da morte de Renata Helena Lombrigati Costa, 5, desaparecida desde 12 de junho de 1997, em Araraquara (282 km de São Paulo).
Cerca de cem pessoas, que acompanhavam os trabalhos da polícia, ameaçavam agredir o andarilho Laerte Patrocínio Orpinelli, que confessou ter matado a garota.
Orpinelli confessou a autoria de 12 mortes, sendo quatro somente na região de Ribeirão Preto (319 km de São Paulo). A polícia, entretanto, diz que ainda não tem provas técnicas que comprovem quem cometeu os crimes.
Os trabalhos de reconstituição tiveram início às 10h na casa de Lucia Helena Lombrigati, mãe de Renata.
Na tentativa de evitar tumultos, a equipe contou com o apoio de seis carros da Polícia Civil e dois da Polícia Militar de Araraquara.
Mesmo assim, a reconstituição precisou ser interrompida após 40 minutos devido a um princípio de tumulto no momento em que Orpinelli iria ser retirado do carro da polícia.
Os trabalhos foram suspensos por uma hora e só reiniciados após a chegada de reforços da tropa de choque de Araraquara.
Após os policiais isolarem as ruas de acesso próximo ao matagal, Orpinelli entrou na mata com a polícia técnica.

Contradições
Durante a reconstituição no matagal, ele apontou cinco lugares diferentes e apresentou várias contradições ao indicar pontos de referências.
O andarilho permaneceu cerca de uma hora e meia andando por trilhas e demonstrou irritação com os gritos da população.
Ao voltar para rua, onde seria reiniciado o trajeto para dentro da mata, a polícia foi surpreendida pela multidão, que invadiu o local e se dirigiu a Orpinelli.
Para evitar possíveis agressões, um carro retirou o andarilho antes da chegada dos moradores.
Os delegados não descartam a possibilidade de uma nova reconstituição no local, já que houve contradições de Orpinelli.
"A reconstituição na casa bateu com o depoimento, mas no mato ele estava muito confuso", disse o delegado de Araraquara, Antônio Luís de Andrade.


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