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CLIMA
Foram registrados 32 pontos de alagamento na região, a mais afetada da cidade; helicópteros da polícia resgataram 44 ilhados
75 minutos de chuva inundam zona leste
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Setenta e cinco minutos de chuva, 32 pontos de alagamento e cinco horas de vôo para resgatar 44
pessoas, entre adultos e crianças,
que ficaram ilhados em cima de
veículos e telhados. O cenário
compõe o saldo da enchente que
atingiu no início da noite de ontem a zona leste da capital- área
que, nos últimos dias, já havia sido prejudicada por temporais.
A situação causada pelas chuvas
mobilizou até a Polícia Civil, que,
voluntariamente, colocou uma
equipe para ajudar a resgatar
quem ficou ilhado. "Nós vimos na
TV a situação dessas pessoas e resolvemos ajudar", conta Cássio
Paulino de Camargo, 36, co-piloto
do helicóptero Pelicano.
Com ele, estavam o piloto Roberto Bayerlein, 56, e mais dois
tripulantes- Nelson Rodrigues
Gomes, 36, e Louriel Malta de
Freitas, 32. O primeiro beneficiado pela atitude dos policiais foi o
garoto João Vitor e sua mãe. "Eles
estavam desesperados, pedindo
socorro, a água já estava na altura
da janela da casa quando os vimos", explica Camargo.
Junto com o Pelicano, dois helicópteros Águia, da Polícia Militar,
ajudaram as vítimas das inundações. Com cestos sustentados por
cabos de aço, os policiais socorreram os ilhados, entre eles 11 adultos e três crianças que estavam em
uma creche.
Ontem, a chuva começou às
17h. Cerca de meia hora depois, o
CGE (Centro de Gerenciamento
de Emergências), da Prefeitura de
São Paulo, decretou estado de
atenção na zona leste. Às 18h, já
havia alagamentos na Radial Leste, na avenida Aricanduva e na
marginal Tietê, próximo à ponte
Cruzeiro do Sul.
O Corpo de Bombeiros usou 32
barcos para remover famílias durante as enchentes. Os córregos
Aricanduva e Gamelinha transbordaram, carros foram levados
pela correnteza e duas casas desabaram, uma no Tatuapé e outra
em Itaquera, sem deixar feridos.
Uma árvore caiu nos trilhos da
linha 3 (que liga as zonas leste e
oeste) do metrô, entre as estações
Carrão e Penha, interrompendo o
transporte durante cerca de 20
minutos. Os trens da CPTM também foram atingidos. A linha E
(Luz-Estudantes) foi paralisada,
na linha D (Luz-Rio Grande da
Serra) as composições só circulavam entre as estações São Caetano e Rio Grande da Serra e, na linha A (Luz-Francisco Morato), o
intervalo entre os trens foi maior.
Energia
Parte dos bairros de Belém, Penha, Vila Carrão, Vila Matilde (todos da zona leste), Lapa (zona
oeste), Vila Maria (zona norte),
Brás e Cambuci (centro) ficou
sem energia por causa do temporal, segundo a Eletropaulo.
De acordo com a prefeitura, os
maiores problemas ocorreram na
região do Aricanduva e da Vila
Formosa, onde choveu 73,3 mm
(1 mm equivale a 1 litro de água
em 1 m2). No ano passado, choveu
na região, durante todo o mês de
fevereiro, 129 mm- quantidade
próxima à soma do volume de
água dos últimos quatro dias.
A Penha, que ontem registrou
66 mm de chuva, acumulou desde
o início da semana um volume
maior de água do que o registrado
no mesmo mês em 2003: 139,8
mm para 127,2 mm.
E, para hoje, a previsão do CGE
é de um novo temporal no final da
tarde. Amanhã, uma frente fria
deverá chegar a São Paulo, trazendo mais chuvas para a cidade.
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