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Pais poderão cobrar professor municipal
Com a elaboração das "expectativas de aprendizagem", famílias saberão o que escolas devem ensinar
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Definir o que as crianças devem aprender em cada disciplina, a cada ano do ensino fundamental. E divulgar esses conteúdos para que os pais possam
acompanhar -e, se necessário,
cobrar- o que está sendo ensinado na sala de aula. A estratégia da Secretaria Municipal da
Educação para melhorar a qualidade do ensino na cidade é
apostar nessas chamadas "expectativas de aprendizagem".
Desde o fim de 2006, um grupo formado por professores da
rede e consultores de ensino
público discutem o que os alunos devem aprender em cada
etapa do ensino para estipular
um conteúdo básico dividido
por área. Na semana passada,
as escolas municipais já começaram a receber as matrizes
curriculares de algumas séries
para que comecem a analisá-la
e dêem sua opinião.
"Queremos definir essas expectativas junto com os professores, para que sejam viáveis e
possam ser aplicadas na prática. Será um mecanismo orientador", explica o secretário municipal da Educação, Alexandre
Schneider. "Também é um direito dos pais, dos alunos e de
toda a sociedade saber o que as
crianças devem aprender a cada ano e acompanhar tudo isso.
Eles serão juízes do processo."
Para o secretário, a definição
das expectativas também ajudará a aprimorar a avaliação da
rede. "Todas as escolas saberão
o que será cobrado delas e, nas
que não tiverem bom desempenho, poderemos intervir."
O presidente do Sinpeem (o
sindicato dos professores municipais), Cláudio Fonseca, é a
favor de que se estabeleça um
currículo básico para dar unidade à rede. "É preciso cuidado
para não tirar a liberdade da escola, mas vejo a medida com
bons olhos e acho que ela deve
ser divulgada para os pais."
As famílias, no entanto, só terão conhecimento das "expectativas de aprendizagem" no
início do ano que vem.
Neste ano, a volta às aulas,
marcada para quarta-feira,
também terá mudanças: as salas de leitura e de informática
voltam à grade curricular (no
ano passado, ocorriam no período contrário ao das aulas
curriculares) e cerca de 90 mil
alunos que estavam em escolas
com três turnos (o que permitia
apenas quatro horas diárias de
aula) passam para dois turnos,
com cinco horas de aula por dia.
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