São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

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Arquiteto entrega três "abrigos-manifesto" para sem-teto de São Paulo

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma praça sem-nome em um canto nada badalado da Vila Nova Conceição, um dos bairros mais caros de São Paulo, virou o novo espaço de uma peça já considerada como exemplo de "arquitetura de guerrilha". O casal de sem-teto Júlio César Cabral, 43, e Clarinda de Oliveira, 60, foi contemplado ontem pela manhã com um "abrigo-manifesto", feito pelo arquiteto Adriano Carnevale Domingues, 35.
O "abrigo-manifesto" é uma barraca, feita de arame, lona e uma proteção de manta de alumínio, que recebeu a provocativa marca da palavra "arquitetura". Bastante flexível e móvel, é um dos três artefatos que foram expostos na mostra "Trópicos", que esteve em cartaz no museu Martin Gropius Bau, em Berlim, até 5 de janeiro passado. "Mais que um manifesto, é uma forma diferente de ver o espaço público", afirma Domingues, que, pela iniciativa, já foi premiado pela seção paulista do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), em 2004. "Quero dar uma condição melhor de vida para o morador de rua, não é somente um ativismo arquitetônico."
"Agora é só colocar um colchão. Melhor que dormir no sofá", diz Cabral, que mora em uma praça abandonada, ao lado da avenida Antônio Joaquim de Moura Andrade. Os dois outros abrigos foram dados a uma sem-teto no Itaim, que dorme cada dia em um lugar do bairro, e para um morador de rua do Butantã.


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