São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

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JOÃO BATISTA LEMOS (1926-2009)

O jornalista que tinha o dom de ensinar

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Era uma coisa até mediúnica, conta o jornalista José Nêumanne Pinto sobre a capacidade de João Batista Lemos, espírita, de se fazer entender e conseguir exatamente o que queria dos repórteres. "Ele me ligava e dizia: "Te vira, filho, você sabe como fazer". E aquilo funcionava", lembra Nêumanne.
JB Lemos, como gostava de ser chamado, começou como repórter em 1946, em Belo Horizonte (MG), numa publicação do PCB chamada "Jornal do Povo".
Anos depois, em São Paulo, foi chefe do Departamento de Jornalismo das rádios Difusora e Tupi. Dirigiu também o Departamento de Telejornalismo da TV Excelsior, até que veio o golpe de 1964 -que o forçou ao exílio no Chile. Lemos, lembra o amigo, não era um "homemde jornal". Ao voltar ao país, contudo, recomeçou a carreira na imprensa.
Na Folha, foi pauteiro e chefe-de-reportagem. "Ele sabia identificar a área em que cada repórter se sairia bem", diz Nêumanne, que destaca a humildade e o dom de ensinar de Lemos.
Depois, foi chefe de Redação das sucursais do "Jornal do Brasil" em SP e Brasília e editor do mesmo jornal no Rio. Seu último emprego foi o de assessor de imprensa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em Brasília, no qual se aposentou.
Devido a problemas de saúde, havia ficado cego. Morreu anteontem, aos 82, em Brasília, de problemas cardíacos. Deixa seis filhas, 12 netos e uma bisneta.

obituario@grupofolha.com.br


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