|
Próximo Texto | Índice
SP coleta de graça lixo de local que precisa pagar por serviço
Estabelecimento que produz mais de 200 litros por dia deve contratar empresa particular
Concessionárias pagas pela prefeitura paulistana admitem, no entanto, que têm recolhido resíduos de quem está acima do limite
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
tem recolhido de graça lixo de
estabelecimentos que, por lei,
deveriam pagar pelo serviço.
Imóveis não-residenciais
que produzem mais de 200 litros de resíduos por dia, o equivalente a dois sacos grandes,
devem contratar uma empresa
particular para fazer a coleta.
Loga e Ecourbis, concessionárias pagas pelo município,
admitem, no entanto, que têm
recolhido resíduos de quem está acima do limite. Pelo contrato, elas são responsáveis pela
coleta de lixo hospitalar, de residências e de estabelecimentos que produzem menos de
200 litros por dia, apenas.
A gestão Gilberto Kassab
(DEM) também admite o problema e afirma que tem notificado quem utiliza irregularmente o serviço municipal.
De acordo com especialistas
ouvidos pela Folha, se a legislação fosse seguida à risca, a coleta na capital se tornaria mais
ágil e barata, uma vez que, o
montante a ser recolhido pelas
ruas do município seria menor.
O lixo espalhado pelas ruas é
um dos agravantes das recorrentes enchentes de São Paulo.
Flagrantes
Instituições como a USP, o
Detran, o Instituto Dante Pazzanese e o Instituto Biológico,
além de bares, restaurantes e
colégios, estão entre os que têm
entregado aos caminhões das
concessionárias um volume de
resíduos acima do permitido.
No Detran (centro), o veículo
adentra os portões para retirar
o lixo. O mesmo ocorre no Dante Pazzanese (zona sul). Já na
USP (zona oeste), os resíduos
são acomodados em compartimentos e ficam à espera do caminhão da concessionária.
Pela lei, até órgãos públicos,
como o Detran e a USP, têm de
pagar pelo serviço de coleta.
De acordo com duas empresas cadastradas pela Limpurb
ouvidas pela Folha, o preço da
coleta de lixo privada varia de
acordo com a quantidade de resíduos e a frequência do serviço. Em geral, segundo as empresas consultadas, a coleta
privada de lixo custa para estabelecimentos algo entre
R$ 245 a R$ 800 por mês.
Já a multa para o imóvel que
dribla a lei é de R$ 1.000.
Em Moema (zona sul) e na
Vila Madalena (zona oeste),
onde há concentração de bares
e restaurantes, a Folha encontrou amontoados de lixo que
ultrapassavam o limite.
Loga e Ecourbis afirmam
que recolhem o montante extra porque, por exigência do
contrato, precisam de uma autorização da prefeitura para
deixar de fazer isso. Segundo
elas, já foram feitas centenas de
solicitações de dispensa de coleta, mas a análise leva até 90
dias. Sem o aval da prefeitura,
as empresas são obrigadas a
manter a coleta nesses locais.
O documento enviado pelas
concessionárias inclui foto do
volume descartado, mas é preciso que fiscais municipais
comprovem a irregularidade.
Próximo Texto: Barbara Gancia: Que dia lindo, não? Índice
|