São Paulo, sexta-feira, 05 de fevereiro de 2010

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Prefeitura diz que fiscaliza estabelecimentos

Gestão Kassab afirma que servidores fazem inspeções diárias para checar se imóveis estão cadastrados como grandes geradoras de lixo

Órgão de limpeza investiga possíveis irregularidades na fiscalização; locais que descumprem legislação têm de pagar multa de R$ 1.000

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo informou estar negociando com os órgãos públicos que ultrapassam o limite máximo de lixo diário permitido para que contratem uma empresa privada que colete seus resíduos.
A administração disse ainda contar com 32 fiscais que fazem diariamente inspeções em estabelecimentos. A função desses agentes é verificar documentos que comprovem que os locais estão cadastrados na Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) como grandes geradores de lixo. Também são vistoriados o destino dos resíduos e se o transporte é feito por uma empresa privada.
Estabelecimentos que não tiverem cadastro, não contarem com coleta própria ou descartarem nos caminhões municipais um volume acima do permitido, estão sujeitos a multa de R$ 1.000. E, se a irregularidade permanecer, são aplicadas novas sanções.
Entre janeiro e agosto do ano passado, a Limpurb afirma ter realizado 2.250 vistorias. Segundo o órgão, é possível constatar a irregularidade em apenas uma visita, mas, se houver dúvidas, os agentes fazem até três vistorias no mesmo local.
A Limpurb afirma ainda que apura possíveis irregularidades por parte da fiscalização. Moradores vizinhos a estabelecimentos que geram muito lixo contam que há casos em que o proprietário paga propina aos fiscais para não ser enquadrado como grande produtor de lixo, se desobrigando, assim, de contratar uma empresa de coleta.
O departamento recebe em média, 200 notificações por mês das concessionárias Loga e Ecourbis sobre locais que descartam lixo acima do limite.
O Detran informou ser um órgão misto, com departamentos municipais, e que vai verificar com a prefeitura as formas de se adequar à legislação.
O Instituto Dante Pazzanese informou que está em processo de contratação de uma empresa de coleta, o que deve ocorrer nos próximos 60 dias -até lá, a prefeitura concordou em manter a coleta municipal.
Procurados desde anteontem pela reportagem, o Instituto Biológico e a USP não responderam sobre o assunto.
A lei não faz distinção entre órgão públicos e privados, mas, segundo Fabio Pierdomienico, diretor técnico do departamento de limpeza urbana da Limpurb entre 2002 e 2004 (gestão Marta), no caso das instâncias municipais, vale o bom senso. "Não faz muito sentido a prefeitura pagar por um serviço do qual detém a concessão."
(MARIANA BARROS)


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