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DESFILES
Escolas do Rio tentam variar nos enredos, mas se repetem nas alegorias marítimas
Caravelas aportam na avenida hoje
MÁRIO MOREIRA
da Sucursal do Rio
Uma verdadeira "procissão marítima" invadirá o Sambódromo
do Rio hoje, na segunda noite de
desfiles do Grupo Especial. Como
o mote deste ano são os 500 anos
do Descobrimento, as caravelas
são o grande hit entre as alegorias.
A Beija-Flor exibirá um carro
alegórico com três caravelas, simbolizando as invasões estrangeiras ocorridas no país. No Salgueiro, a "Caravela do Futuro" terá casais mirins de mestre-sala e porta-bandeira que vão "decolar para o
futuro, pedindo a perpetuação
das escolas de samba", segundo o
carnavalesco Mauro Quintaes.
Já a União da Ilha vai apresentar
o "Barco da Volta", mostrando o
retorno dos exilados políticos ao
Brasil após a anistia, em 1979.
A noite de hoje também deve
ser marcada pelo equilíbrio. À exceção da Unidos da Tijuca e da
União da Ilha, todas as outras escolas são candidatas potenciais ao
título. Haverá também um duelo
entre os enredos históricos tradicionais e outros mais "delirantes".
Imperatriz e Unidos da Tijuca,
que falarão sobre o Descobrimento do Brasil, e Salgueiro, que abordará a vinda da família real portuguesa no século 19, estão no primeiro caso. Beija-Flor, que apresentará uma visão mística da formação do país, e Viradouro, com
um enredo sobre os "paraísos e
infernos" brasileiros, entram na
segunda classificação.
Mangueira e União da Ilha mostrarão temas mais originais. A primeira vai contar a história de d.
Obá 2º, um negro que viveu no século passado e se dizia herdeiro
da realeza ioruba. A segunda
abordará os movimentos de resistência cultural ao regime militar.
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