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CARNAVAL NO RIO
Beija-Flor é aplaudida; presidente fala com público para amenizar clima hostil contra a escola
Imperatriz desfila sob vaias e protestos
ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO
A Imperatriz Leopoldinense
iniciou seu desfile na madrugada
de ontem no Rio sob vaias e objetos jogados pelo público que protestava contra o terceiro título
consecutivo da escola de samba
no Carnaval carioca.
Latas de cerveja e garrafas plásticas foram atiradas sobre a comissão de frente da Imperatriz,
cujos integrantes vinham fantasiados de cavaleiros, em referência às lutas entre árabes e cristãos.
O público, composto por uma
maioria de torcedores da Beija-Flor, gritava que o tricampeonato
havia sido um roubo e um cordão
de policiais militares se colocou
entre os integrantes da Imperatriz
e a arquibancada.
A Beija-Flor, que nos últimos
três anos ficou em segundo lugar,
desfilou antes da Imperatriz, na
noite que reuniu as cinco escolas
mais bem colocadas na disputa
do Carnaval de 2001.
O presidente da Imperatriz, o
economista Wagner Araújo, 50,
usou o sistema de som do sambódromo para amenizar o clima
contra sua escola.
"O público tem o direito de se
manifestar. Não viemos aqui para
desafiá-lo, mas para mostrar o
nosso Carnaval", disse Araújo.
Fora dos microfones, ele não era
tão conciliador, pois afirmava ter
certeza de que os manifestantes
haviam sido organizados pelas diretorias de escolas rivais.
Tão logo Araújo falou ao sambódromo, a Imperatriz iniciou
seu desfile e os protestos foram
minguando. No final da passagem pela avenida, na praça da
Apoteose, havia até uma pequena
torcida que aplaudia a escola.
Mas os maiores aplausos haviam sido dados à Beija-Flor, repetindo o que acontecera no seu
desfile da última segunda-feira.
As reações contra o título da Imperatriz começaram logo na apuração do voto dos jurados, na
quarta-feira passada, quando a
escola de Ramos (zona norte)
conseguiu notas máximas em todos os quesitos.
Os presidentes das demais escolas disseram que o resultado só
havia sido possível porque o presidente da Liesa (Liga Independente da Escolas de Samba), Luizinho Drumond, responsável pela
escolha dos jurados, é também o
presidente de honra da Imperatriz. Ele se defendeu, dizendo que
as escolas têm poder de veto sobre
qualquer jurado.
Para mostrar sua isenção, Luizinho também argumentou que,
em 1994 e 1995, a Imperatriz conseguiu ser bicampeã, isso sem que
ele pudesse trabalhar diretamente
pela escola.
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