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Fundo prometido não sai do papel
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das principais promessas
de Marta Suplicy para 2002, a
criação do Fundo Municipal de
Trânsito não saiu do papel e enfrenta resistências dentro do PT.
O fundo, previsto pelo Código de
Trânsito Brasileiro em 1998, direciona a quantia arrecadada com
multas para fiscalização, educação e engenharia de tráfego.
O CTB diz que 95% da receita
das multas deve ser usada "exclusivamente" nessas áreas e os 5%
restantes, repassados ao Fundo
Nacional de Educação e Segurança no Trânsito (Funset).
O secretário dos Transportes,
Carlos Zarattini, afirma que a proposta do fundo já foi elaborada. O
envio para a Câmara estava previsto para julho do ano passado.
"O problema é que já existe uma
série de vinculações da arrecadação. É educação, saúde, funcionalismo", diz Zarattini, que, embora
espere definição neste ano, não
descarta adiamento.
A Folha apurou que há maior
resistência de técnicos da Secretaria de Finanças. Para especialistas,
a não-criação do fundo é indício
de que Marta não pretende cumprir a lei rigorosamente. Anualmente, os quase R$ 400 milhões
arrecadados com multas acabam
no caixa único da prefeitura.
Levantamento do vereador Roberto Tripoli (PSDB) indicou gastos de R$ 258 milhões no setor em
2001, primeiro ano da administração petista: ou seja, um "desvio" de mais de R$ 100 milhões.
Zarattini contesta a informação.
Ele considera despesas como reforma de corredores de ônibus
como investimento no trânsito.
Na gestão Pitta, vereadores do PT
não computaram esses gastos ao
denunciar que a prefeitura desviava os recursos das multas.
Em 1997, São Bernardo (ABC)
criou o Fatran (Fundo de Assistência ao Trânsito). Entre 1999 e
2001, o número de mortes em acidentes de trânsito caiu 81%, de 98
para 19 casos.
(AI e ID)
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