São Paulo, terça-feira, 05 de março de 2002

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Dono do Santana "lavou" provas do crime

DO "AGORA"

O vigia Adonísio Alves da Silva rodou cerca de 3.000 quilômetros com seu Santana sem saber que o prefeito de Santo André Celso Daniel havia sido mantido no porta-malas do veículo antes de ser assassinado.
Silva foi abordado por dois assaltantes na rua Washington Luís, em Diadema (ABC paulista), quando levava seu sobrinho Lucas, de quatro anos, para casa.
"Eu já tinha descido do carro quando eles me pediram a chave. Disseram para as crianças saírem do Santana e foram embora com os dois carros", disse.
O vigia recuperou o veículo no dia seguinte ao assalto. Desde então, viajou duas vezes com a família para Presidente Prudente (a 565 km de São Paulo) e foi parado três vezes pela Polícia Rodoviária.
Em nenhuma delas, Silva foi questionado sobre uma possível relação do carro com a morte do prefeito de Santo André.
"Lembro que vi na TV e cheguei a pensar: será que foi o meu carro que foi usado? Mas depois vi que outro Santana tinha sido apreendido e nem me preocupei mais."
Silva lembra que, quando foi roubado, zerou o hodômetro do carro para calcular o consumo de combustível. Quando o veículo foi recuperado, marcava 270 km.
A primeira coisa que ele fez quando teve o carro de volta foi lavá-lo. "Ele estava todo sujo de barro. Eu gosto de carro limpo", afirma o vigia.
O Santana, com película escura nos vidros e bem conservado, é um modelo diferente (mais moderno) que os carros encontrados anteriormente pela polícia como possíveis veículos usados no sequestro e morte de Celso Daniel.



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