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Dono do Santana "lavou" provas do crime
DO "AGORA"
O vigia Adonísio Alves da Silva
rodou cerca de 3.000 quilômetros
com seu Santana sem saber que o
prefeito de Santo André Celso Daniel havia sido mantido no porta-malas do veículo antes de ser assassinado.
Silva foi abordado por dois assaltantes na rua Washington Luís,
em Diadema (ABC paulista),
quando levava seu sobrinho Lucas, de quatro anos, para casa.
"Eu já tinha descido do carro
quando eles me pediram a chave.
Disseram para as crianças saírem
do Santana e foram embora com
os dois carros", disse.
O vigia recuperou o veículo no
dia seguinte ao assalto. Desde então, viajou duas vezes com a família para Presidente Prudente (a
565 km de São Paulo) e foi parado
três vezes pela Polícia Rodoviária.
Em nenhuma delas, Silva foi
questionado sobre uma possível
relação do carro com a morte do
prefeito de Santo André.
"Lembro que vi na TV e cheguei
a pensar: será que foi o meu carro
que foi usado? Mas depois vi que
outro Santana tinha sido apreendido e nem me preocupei mais."
Silva lembra que, quando foi
roubado, zerou o hodômetro do
carro para calcular o consumo de
combustível. Quando o veículo
foi recuperado, marcava 270 km.
A primeira coisa que ele fez
quando teve o carro de volta foi
lavá-lo. "Ele estava todo sujo de
barro. Eu gosto de carro limpo",
afirma o vigia.
O Santana, com película escura
nos vidros e bem conservado, é
um modelo diferente (mais moderno) que os carros encontrados
anteriormente pela polícia como
possíveis veículos usados no sequestro e morte de Celso Daniel.
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