São Paulo, terça-feira, 05 de março de 2002

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CASO TONINHO

Investigador acusado de ligação com Andinho esteve em operação que matou dois do grupo do sequestrador

Policial preso atuou em ação em Caraguá

RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS

O advogado Daniel Leon Bialski, 31, que defende o investigador do 4º DP (Distrito Policial) de Campinas Rogério Salum Diniz, afirmou ontem que seu cliente participou da ação em Caraguatatuba (litoral norte), quando quatro homens foram mortos -dois deles integrantes da quadrilha do sequestrador Wanderson Newton de Paula Lima, 23, o Andinho.
Diniz e o policial Eudes Trevisan, da Deas (Delegacia Especializada Anti-Sequestro) de Campinas, foram afastados pela Polícia Civil em dezembro por suposto envolvimento com a quadrilha do sequestrador. Eles estão presos.
A quadrilha também é apontada pelo DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa) como responsável pelo assassinato do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos (PT).
O inquérito do caso de Caraguatatuba não aponta a participação de Diniz na ação que terminou com a morte de Alessandro Renato Pereira de Carvalho, Fábio Soares Menengrone, Valmir Conti, o Valmirzinho, e Anderson José Bastos, o Anso -os dois últimos da quadrilha de Andinho.
No inquérito constam os nomes do delegado do 4º DP, Marcos Antônio Manfrin, do investigador Nelson da Costa, do mesmo distrito, de Alcir Biazon Júnior, da Deas de Campinas, de Fábio Nunes Arruda Campos, do 2º DP, e de Sandro José da Costa, carcereiro do 4º DP. Os policiais alegam que estavam atrás da quadrilha que havia sequestrado E.R.R., 9.
"A participação de Diniz na ação de Caraguatatuba é mais uma prova de que ele não tem nada a ver com a quadrilha", afirmou o advogado do policial.
Sobre a não-inclusão do nome de Diniz no boletim de ocorrência, o advogado do investigador afirmou que "não há nada que determine que todos que participaram de uma diligência tenham que registrar o nome".
A Corregedoria acredita que, com a participação de Diniz na ação, aumenta a possibilidade de envolvimento dele com Andinho.
A Folha não conseguiu falar com o delegado do 4º DP e o delegado seccional de Campinas, Osmar Porcelli. A reportagem procurou o carcereiro Sandro José da Costa, mas ele não foi achado.

Base
O Departamento de Investigações sobre Narcóticos descobriu ontem uma casa em Itu (SP) que teria sido usada como base da quadrilha de Andinho nos últimos 12 meses. O sobrado foi abandonado pelo grupo no dia 22 de fevereiro, três dias antes de Andinho ter sido preso na mesma cidade. A polícia não encontrou material da quadrilha no local.


Colaboraram a Folha Campinas e a Reportagem Local

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