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Apagão pára trânsito, desliga semáforos, confunde motoristas e causa acidentes
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O apagão em 21 bairros deixou semáforos inoperantes,
provocou acidentes, ajudou a
confundir motoristas e fez a cidade de São Paulo ter trânsito
recorde na manhã de ontem.
Foram 155 km de lentidão às
9h30, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)
-a maior desde julho, quando a
empresa adotou uma nova metodologia de análise.
Vítima de um acidente por
causa de um semáforo inativo,
a auxiliar administrativa Ana
Paula Marques, 31, chorava.
Por volta de 9h, no cruzamento
das ruas Afonso de Freitas e
Cubatão, no Paraíso (zona sul),
ela bateu o carro, um Gol, numa
Fiorino. "Vi o farol apagado,
olhei para os lados e passei."
A CET não informou números específicos, mas vários semáforos das zonas sul e oeste
pararam de funcionar.
Com os semáforos apagados,
as avenidas Paulista, Faria Lima, Rebouças, Nove de Julho,
Morumbi, Luís Carlos Berrini,
Bandeirantes, Juscelino Kubitscheck, Santo Amaro, entre
outras, apresentaram lentidão
a partir das 8h45. Os semáforos
só voltaram ao normal às 9h39,
quando a Eletropaulo resolveu
o problema do apagão.
A situação contribuiu para o
recorde de trânsito. O anterior
fora anteontem -149 km. Entre os piores pontos estavam as
marginais Tietê e Pinheiros.
A frota na cidade chegou a
6,01 milhões de veículos em fevereiro, anunciou ontem o Detran (Departamento Estadual
de Trânsito).
A falta de energia afetou um
trecho da linha 1-azul (Tucuruvi-Jabaquara) do metrô, que
parou das 8h53 às 9h.
Sem fiscais
Motoristas e passageiros de
ônibus disseram não ter visto
fiscais da CET na maioria dos
cruzamentos. Ao tentar atravessar o cruzamento da av. Faria Lima com a alameda Gabriel
Monteiro (zona oeste), o taxista Marcos Ferreira, 22, contou
ter visto um fiscal. "Mas ele estava duas ruas depois [rua Assunção], monitorando onde
não tinha trânsito."
A CET não informou se houve contingente adicional de fiscais mobilizados, nem o número de fiscais que foram deslocados para as áreas afetadas.
Outra que disse não ter cruzado com marronzinhos no caminho de carro desde o Capão
Redondo (zona sul) até o trabalho, na Paulista, foi a consultora
de cosméticos Tatiane Gurgel,
31. "Estava tudo parado na Rebouças", disse Tatiane, 50 minutos atrasada.
De ônibus, o analista de sistemas Edson Mello, 37, levou 40
minutos para ir do largo da Batata à av. Faria Lima, na altura
do cruzamento com a Juscelino
Kubitschek. "Faço esse trecho
em 10 minutos", disse Mello,
atrasado 45 minutos. "Passei
em três cruzamentos e não vi
nenhum [fiscal da] CET."
Até pegar o metrô, Vandeir
Paula, 66, zelador de um prédio
na alameda Santos, teve que esperar seis trens pasarem, na Sé.
Colaborou THARSILA PRATES, do "Agora"
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