São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

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Apagão pára trânsito, desliga semáforos, confunde motoristas e causa acidentes

RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL

O apagão em 21 bairros deixou semáforos inoperantes, provocou acidentes, ajudou a confundir motoristas e fez a cidade de São Paulo ter trânsito recorde na manhã de ontem. Foram 155 km de lentidão às 9h30, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) -a maior desde julho, quando a empresa adotou uma nova metodologia de análise.
Vítima de um acidente por causa de um semáforo inativo, a auxiliar administrativa Ana Paula Marques, 31, chorava.
Por volta de 9h, no cruzamento das ruas Afonso de Freitas e Cubatão, no Paraíso (zona sul), ela bateu o carro, um Gol, numa Fiorino. "Vi o farol apagado, olhei para os lados e passei."
A CET não informou números específicos, mas vários semáforos das zonas sul e oeste pararam de funcionar. Com os semáforos apagados, as avenidas Paulista, Faria Lima, Rebouças, Nove de Julho, Morumbi, Luís Carlos Berrini, Bandeirantes, Juscelino Kubitscheck, Santo Amaro, entre outras, apresentaram lentidão a partir das 8h45. Os semáforos só voltaram ao normal às 9h39, quando a Eletropaulo resolveu o problema do apagão.
A situação contribuiu para o recorde de trânsito. O anterior fora anteontem -149 km. Entre os piores pontos estavam as marginais Tietê e Pinheiros.
A frota na cidade chegou a 6,01 milhões de veículos em fevereiro, anunciou ontem o Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
A falta de energia afetou um trecho da linha 1-azul (Tucuruvi-Jabaquara) do metrô, que parou das 8h53 às 9h.

Sem fiscais
Motoristas e passageiros de ônibus disseram não ter visto fiscais da CET na maioria dos cruzamentos. Ao tentar atravessar o cruzamento da av. Faria Lima com a alameda Gabriel Monteiro (zona oeste), o taxista Marcos Ferreira, 22, contou ter visto um fiscal. "Mas ele estava duas ruas depois [rua Assunção], monitorando onde não tinha trânsito."
A CET não informou se houve contingente adicional de fiscais mobilizados, nem o número de fiscais que foram deslocados para as áreas afetadas. Outra que disse não ter cruzado com marronzinhos no caminho de carro desde o Capão Redondo (zona sul) até o trabalho, na Paulista, foi a consultora de cosméticos Tatiane Gurgel, 31. "Estava tudo parado na Rebouças", disse Tatiane, 50 minutos atrasada.
De ônibus, o analista de sistemas Edson Mello, 37, levou 40 minutos para ir do largo da Batata à av. Faria Lima, na altura do cruzamento com a Juscelino Kubitschek. "Faço esse trecho em 10 minutos", disse Mello, atrasado 45 minutos. "Passei em três cruzamentos e não vi nenhum [fiscal da] CET."
Até pegar o metrô, Vandeir Paula, 66, zelador de um prédio na alameda Santos, teve que esperar seis trens pasarem, na Sé.


Colaborou THARSILA PRATES, do "Agora"

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