DA REPORTAGEM LOCAL

O engenheiro de tráfego Ion de Freitas, 85, que implantou a engenharia de tráfego como disciplina na Universidade de São Paulo, na década de 60, e ajudou a projetar o metrô, nos anos 70, desistiu há cinco anos do trânsito -ele hoje é psicólogo. "Esse impacto todo [no trânsito] é culpa do ego dos que tomaram decisões."

 

FOLHA - Há solução?
FREITAS - No curto prazo, criar o maior número de ondas verdes [sinais verdes em seqüência] possível. Mas, infelizmente, São Paulo perdeu nos anos 70 a oportunidade de estruturar a cidade. As grandes obras geralmente não começam e terminam na mesma gestão, e nenhum político gosta de começar coisa que não vai terminar.

FOLHA - Para já, como o motorista pode fugir do trânsito?
FREITAS - No curto prazo, não vejo solução. É com tristeza que digo isso. Agora falo como psicólogo: é hora de cuidar do comportamento, ser mais paciente, respeitar o direito do outro. Nessa dificuldade geral, é preciso conviver da melhor forma. A cortesia abre caminhos. (RS)


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