Responsáveis por pastas municipais do município, na Grande São Paulo, foram acusados de desvio de verbas e fraudes

Prisões ocorreram durante reunião no gabinete do prefeito; um quinto secretário, que faltou ao encontro, está sendo procurado pela polícia

FLÁVIO FERREIRA
DO "AGORA"

Quatro dos oito secretários municipais da cidade de Santa Isabel (Grande São Paulo) foram presos ontem pela Polícia Civil sob a acusação de participarem de um esquema de corrupção na administração, com desvio de dinheiro público e fraude em licitações.
As detenções ocorreram quando o secretariado participava de uma reunião de rotina no gabinete do prefeito Hélio Buscarioli (PSDB). Ele também é investigado pela polícia.
Um outro secretário, que faltou ao encontro, e dois empresários também foram indiciados e estão sendo procurados, segundo a polícia. Os titulares das pastas foram acusados por peculato (apropriação ou desvio de recursos ou bens públicos), formação de quadrilha, corrupção passiva e fraude em concorrência pública.
O prefeito Hélio Buscarioli também é suspeito de participar do esquema, segundo a Polícia Civil. O aprofundamento das investigações sobre Buscarioli depende de autorização do Tribunal de Justiça de São Paulo, já que os prefeitos possuem foro privilegiado, segundo disse ontem o delegado seccional de Guarulhos (Grande SP), Luiz Alberto de Souza Ferreira.

Prisões
Estão presos na cadeia pública de Santa Isabel Antônio Ribeiro Guimarães, secretário das Finanças, Donato Guerreiro Motorazzo (Coordenação Política), Francisco Carlos Buazzi (Obras) e Orlando Santana (Meio Ambiente), segundo a polícia. Um mandado de prisão também foi emitido para detenção do secretário de Educação e Cultura Elio Fortunato. "Ele ainda está solto por ter faltado à reunião do secretariado com o prefeito na manhã de ontem, quando as outras prisões foram feitas", afirmou o delegado seccional.
As investigações começaram há três meses, após denúncias de jornais do município. As apurações ganharam impulso após o ex-vereador da cidade José de Alencar Galbiatti revelar à polícia detalhes do suposto esquema de corrupção.
Após exames periciais em documentos e escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, foram obtidas provas dos desvios de recursos públicos pelos detidos, segundo a polícia.
O delegado seccional citou como exemplo das irregularidades cometidas pela suposta quadrilha a compra de um caminhão com dinheiro da prefeitura e posterior registro do automóvel em nome de uma empresa privada no Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo). A polícia ainda não quantificou os valores supostamente desviados dos cofres de Santa Isabel.


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