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No rush, carro está tão veloz quanto galinha
Velocidade média no pico da tarde em SP passou de 18 km/h para 15 km/h em um ano, segundo relatório da CET concluído em fevereiro
No pico da manhã, velocidade também caiu; principal explicação é a expansão da frota -em 2009, SP ganhou mais de 335 mil veículos
ALENCAR IZIDORO
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
A velocidade média do trânsito na cidade de São Paulo caiu
no ano passado. No pico da tarde (17h às 20h), passou de 18
km/h em 2008 para 15 km/h.
Na prática, os veículos têm
circulado no rush mais devagar
do que um corredor campeão
da São Silvestre e num ritmo
tão lento que se assemelha ao
que uma galinha pode atingir.
Os números de redução da
velocidade na capital constam
do "Relatório de Atividades
Operacionais" da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), concluído em fevereiro.
No pico da manhã (7h às
10h), os veículos circularam a
29,75 km/h na média das principais avenidas da cidade aferidas pela companhia -queda de
4% em relação aos 31 km/h do
ano anterior. No pico da tarde,
a queda foi de 16%.
Os resultados foram verificados mesmo após medidas mais
severas e polêmicas de limitação ao tráfego de veículos em
São Paulo de dois anos para cá.
Em 2008, a gestão Gilberto
Kassab (DEM) ampliou a restrição aos caminhões e, em
2009, aos ônibus fretados
-nesse caso, recebendo críticas pelo risco de migração dos
usuários para os carros.
Nos últimos dois anos, também houve a retirada de vagas
de estacionamento da via pública em diversos bairros, para
melhorar a fluidez do trânsito.
A principal explicação para a
queda da velocidade é a expansão da frota. Só no ano passado,
a cidade ganhou mais de 335
mil veículos, quase mil por dia.
Para amortizar os impactos seria necessário construir uma
avenida como a Paulista por semana -solução considerada
impossível por especialistas.
Interdições e chuva
A CET defende a eficácia das
restrições aos caminhões e aos
fretados e relativiza os dados
que mostram que os veículos
passaram a andar mais devagar.
Ela avalia que a redução da
velocidade foi influenciada por
fatores como as novas interdições no trânsito (devido às
obras do metrô e da marginal
Tietê) e a elevação de 20% nas
interferências (quebra de carros e caminhões, por exemplo).
Cita também os impactos do
"aumento excepcional" no volume de chuva (alta de 42% no
índice de precipitação pluviométrica). Essa explicação, aliás,
é citada como justificativa para
a queda ter sido mais acentuada no pico da tarde.
A CET exalta os resultados
de outro parâmetro de avaliação: a quantidade de quilômetros de congestionamentos nos
835 km de vias monitoradas.
Isso significa que, nas medições da CET, a quantidade de
ruas e avenidas com trânsito
parado nos horários mais críticos diminuiu, embora os motoristas estejam circulando a uma
velocidade média mais baixa.
Os cálculos de velocidade são
baseados em dez medições diárias, em frente a 27 PACs (Postos Avançados de Campo), dos
31 que existem na cidade. Ao todo, 18,2 km são monitorados.
A partir do mês que vem, especialistas esperam uma melhoria no trânsito devido a
inaugurações de três empreendimentos de grande porte: a alça sul do Rodoanel, a primeira
fase da ampliação da marginal
Tietê e a linha 4 do metrô.
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