São Paulo, sábado, 05 de março de 2011

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Alckmin inicia obra antienchente, mas admite que é pouco

Segundo o governador, as obras serão insuficientes para resolver as inundações, mas vão "minimizá-las"

Medidas visam reter mais 2,8 milhões de m3 de água, mas retenção total prevista até 2013 é só metade do necessário

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem um conjunto de medidas, ao custo de R$ 273,5 milhões, para "minimizar" as enchentes em São Paulo.
Com o pacote anunciado em janeiro, os investimentos somam R$ 558 milhões.
As obras, segundo o próprio governo, serão insuficientes para resolver o problema. Elas vão reter 2,8 milhões de m3 de água.
Cálculos do Plano Diretor de Macrodrenagem, em 1998, mostram que seriam necessários 137 piscinões na Grande SP -93 a mais do que hoje-, com capacidade para 22 milhões de m3.
Mesmo depois que todas as obras anunciadas ontem forem concluídas, em 2013, haverá retenção total de apenas 10,3 milhões de m3.
"Está longe", admitiu Geraldo Alckmin à Folha ontem. "Não são coisas baratas.
O grande problema é que todas as medidas que estão sendo tomadas são mitigatórias, pelo fato da má ocupação do solo na várzea do rio.
Estamos colocando como prioridade essa questão."
As medidas incluem a construção de oito piscinões, a entrega do piscinão de Olaria, em Taboão da Serra, a criação de três diques e um pôlder (muro com bombeamento de água) na marginal Tietê, a manutenção de reservatórios e o desassoreamento do Tietê e do Pinheiros.
De todas essas, apenas o piscinão de Olaria, o desassoreamento de parte dos rios, os diques e a manutenção estão prometidos para 2011, a tempo do próximo verão.
Dos piscinões anunciados, três têm verba do PAC-2 garantida: o de São Bernardo do Campo (R$ 10 milhões), o da divisa com São Caetano (R$ 90 milhões) e o de Mauá (R$ 20 milhões).
No dia 13 de janeiro, após chuvas que paralisaram a capital, Alckmin pediu agilidade na liberação das verbas. O desassoreamento dos dois rios teve edital publicado ontem no "Diário Oficial".
Para o engenheiro civil Julio Cerqueira Cesar Neto, professor aposentado da USP, o atual governo está "empurrando com a barriga um problema de dimensões enormes". "São pequenas medidas que não estão na escala do tamanho do problema."
Aluisio Canholi, coordenador do Plano de Macrodrenagem de 1998, acha que as medidas foram boas por darem continuidade ao programa de 13 anos atrás. Ele colaborou com projetos para algumas obras anunciadas.


Colaborou JOSÉ BENEDITO DA SILVA


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