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Alckmin inicia obra antienchente, mas admite que é pouco
Segundo o governador, as obras serão insuficientes
para resolver as inundações, mas vão "minimizá-las"
Medidas visam reter mais 2,8 milhões de m3 de água, mas retenção total prevista até 2013 é só metade do necessário
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO
O governador Geraldo
Alckmin (PSDB) anunciou
ontem um conjunto de medidas, ao custo de R$ 273,5 milhões, para "minimizar" as
enchentes em São Paulo.
Com o pacote anunciado
em janeiro, os investimentos
somam R$ 558 milhões.
As obras, segundo o próprio governo, serão insuficientes para resolver o problema. Elas vão reter 2,8 milhões de m3 de água.
Cálculos do Plano Diretor
de Macrodrenagem, em
1998, mostram que seriam
necessários 137 piscinões na
Grande SP -93 a mais do que
hoje-, com capacidade para
22 milhões de m3.
Mesmo depois que todas
as obras anunciadas ontem
forem concluídas, em 2013,
haverá retenção total de apenas 10,3 milhões de m3.
"Está longe", admitiu Geraldo Alckmin à Folha ontem. "Não são coisas baratas.
O grande problema é que todas as medidas que estão
sendo tomadas são mitigatórias, pelo fato da má ocupação do solo na várzea do rio.
Estamos colocando como
prioridade essa questão."
As medidas incluem a
construção de oito piscinões,
a entrega do piscinão de Olaria, em Taboão da Serra, a
criação de três diques e um
pôlder (muro com bombeamento de água) na marginal
Tietê, a manutenção de reservatórios e o desassoreamento do Tietê e do Pinheiros.
De todas essas, apenas o
piscinão de Olaria, o desassoreamento de parte dos rios,
os diques e a manutenção estão prometidos para 2011, a
tempo do próximo verão.
Dos piscinões anunciados,
três têm verba do PAC-2 garantida: o de São Bernardo
do Campo (R$ 10 milhões), o
da divisa com São Caetano
(R$ 90 milhões) e o de Mauá
(R$ 20 milhões).
No dia 13 de janeiro, após
chuvas que paralisaram a capital, Alckmin pediu agilidade na liberação das verbas.
O desassoreamento dos
dois rios teve edital publicado ontem no "Diário Oficial".
Para o engenheiro civil Julio Cerqueira Cesar Neto, professor aposentado da USP, o
atual governo está "empurrando com a barriga um problema de dimensões enormes". "São pequenas medidas que não estão na escala
do tamanho do problema."
Aluisio Canholi, coordenador do Plano de Macrodrenagem de 1998, acha que as medidas foram boas por darem
continuidade ao programa
de 13 anos atrás. Ele colaborou com projetos para algumas obras anunciadas.
Colaborou JOSÉ BENEDITO DA SILVA
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