São Paulo, sábado, 05 de março de 2011 |
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RUPPRECHT LOEFFLER (1917-2011) O antigo cervejeiro de Canoinhas ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO Numa sala anexa à cervejaria de Rupprecht Loeffler, em Canoinhas (SC), aves e macacos empalhados, peles de animais e berrantes estão pregados na parede. Sobre uma geladeira, há cobras e um porco de duas cabeças dentro de vidros com formol. Ali é servida a Canoinhense. A cerveja artesanal de seu Loeffler é uma das mais antigas do país. A fábrica existe desde 1908, mas só passou a ser da família nos anos 20. Natural de Corupá (SC), ele se mudou para Canoinhas em 1924. O pai, alemão, era cervejeiro e adquiriu uma fábrica na cidade, onde o filho aprendeu a fazer a bebida. Em 1938, Loeffler comprou a parte do irmão e seguiu só. Em média, são produzidas 1.800 garrafas por mês, conta a viúva, Gerda, 86. Pessoas do país todo e até da Alemanha visitam a cervejaria. A Canoinhense tem quatro tipos: Nó de Pinho, Mocinha, Jahu e Malzebier. Os rótulos eram pregados com uma máquina rústica, substituída depois pelo processo manual. Seu Loeffler adorava caçar, mas depois que o hobby foi proibido, teve de parar. O irmão era quem empalhava os bichos que enfeitavam o bar onde ele, bonachão, recepcionava seus clientes. Bebia duas garrafas de cerveja por dia, mas, no fim, diminuiu o ritmo. "Quem toma essa cerveja não precisa de remédio", costumava dizer. Sua história está no curta-metragem "Cerveja Falada" (2010), feito pela produtora Exato Segundo. No ano passado, foi criado um selo dos Correios para homenageá-lo. Ele morreu no domingo, aos 93, devido a uma pneumonia. Teve quatro filhos, oito netos e três bisnetos. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Um motorista é multado a cada 5 segundos na capital Índice | Comunicar Erros |
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