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Vizinhos da SPV, à qual o ex-comandante Matheus era vinculado, dizem tê-lo visto no local
Oficial ia em carro da PM a empresa
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
O tentente-coronel Pedro Pereira Matheus, ex-comandante
do 24º Batalhão da PM de Diadema, era levado em carro oficial
para despachar na empresa de
segurança SPV -à qual era vinculado-, segundo vizinhos da
empresa.
Na empresa SPV (Serviços de
Prevenção e Vigilância), na rua
Afonso Duarte, 174, em Cidade
Dutra (zona sul de São Paulo), é
comum a entrada e saída de policiais que se dirigem ao local em
carros da PM.
Matheus chegaria à empresa
todos os dias às 7h30 e a deixaria
por volta das 11h, normalmente
em um carro da PM.
Os vizinhos da empresa de segurança pediram para não ser
identificados.
A Folha tentou falar com um
responsável pela SPV, já que o
tenente-coronel Matheus encontra-se detido, mas não obteve
resposta.
Um homem atendeu a reportagem na recepção da empresa dizendo que não trabalhava ali e
que não havia nenhum responsável pela SPV naquele momento
porque o expediente havia terminado -eram 14h10.
Matheus comandou até a última quarta-feira o batalhão envolvido nos crimes de policiais
militares contra a população dos
arredores da favela Naval, em
Diadema.
Ele foi detido no mesmo dia de
seu afastamento, responsabilizado pela fuga do cabo Ricardo
Luiz Buzeto, que participou da
violência de PMs contra os moradores da favela Naval.
A Folha obteve o Cadastro Geral de Empresas de Vigilância
com Alvará em São Paulo, onde
consta a empresa SPV.
Constam no cadastro como diretores da empresa o irmão do
tenente-coronel, Alberto Pereira
Matheus, e a mulher do oficial,
Marianita Veloso Pereira Matheus.
O nome do tenente-coronel
Matheus aparece como ``contato'' da empresa.
O regulamento disciplinar da
PM considera transgressão disciplinar o exercício de atividade
remunerada fora da corporação.
Essa falta disciplinar é aplicada
nos casos de vinculação com empresas ou empregos prestadores
de serviço, como é considerada a
segurança privada. A punição,
nesses casos, vai de repreensão
administrativa à prisão.
Vizinhos da SPV disseram que
o proprietário da empresa é conhecido na região como tenente
Matheus, possível referência à
patente do ex-comandante no
início da companhia de segurança em Cidade Dutra.
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