|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Plano B" prevê conter focos de insurgência
Proposta do governo federal em caso de novo motim de controladores de vôo é evitar que manifestações se espalhem
Há ordem para evitar atritos entre oficiais e sargentos na Páscoa; profissionais da Defesa Aérea poderão ser usados como substitutos
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O plano emergencial da Aeronáutica para o feriadão de
Páscoa não contempla a possibilidade de uma nova paralisação geral e sim a rápida contenção de "focos de insurgência" e
o uso de profissionais da Defesa
Aérea como substitutos.
Existe ordem para evitar
atritos entre oficiais e sargentos no período e vetar uso de celulares e internet nos centros
de controle, mas novos crimes
serão punidos com prisão.
Entre controladores, há apelos oficiais de "calma" durante
a Páscoa. Após a reunião com o
governo, o sargento Moisés Almeida disse à Folha que a categoria aceitou o recuo estratégico e "precisa confiar na palavra
de ministro". A utilização de
profissionais da Defesa Aérea
foi criticada pela associação internacional de controladores.
A FAB não divulga o número
de controladores da Defesa Aérea, mas no Cindacta-1, seriam
38 sargentos, dos quais 20 freqüentam a sala de controle civil
desde o final de semana para
"observar" os procedimentos.
O "plano B", como é chamado, não incluiria um grande
contingente de profissionais de
prontidão para assumir o controle. A FAB avalia que, se houver problemas graves, ela não
terá que se desdobrar para gerir o tráfego aéreo, e sim o contrário. Ou seja, em vez de os
controladores ficarem sobrecarregados, seriam os aviões
que teriam o fluxo reduzido.
Não há estimativa oficial,
apenas a previsão de que essa
hipótese irá significar uma forte redução de fluxo, ou seja, um
grande espaçamento entre decolagens que reduz o número
de aviões no ar que precisam
ser monitoradas.
Isso vale também para as hipóteses já ventiladas de baixas
coletivas, faltas ao trabalho ou
não-comparecimento a ordens
de aquartelamento.
A médio prazo, a FAB avalia
que pode acionar cerca de 250
controladores que passaram
recentemente para a reserva.
Eles seriam profissionais habilitados, mas precisariam de
treinamento para adaptação.
Segundo Jorge Botelho, presidente do sindicato civil da categoria, a convocação anterior
para 60 vagas não trouxe resultados. "Não há controladores
da reserva em condições de trabalhar (...) Eu não acredito que
vão colocar pessoas despreparadas ou sem condições porque
é um risco muito grande. É temerário", disse.
Por ora, os controladores estão sob forte pressão nos Cindactas. Líderes estão sendo
monitorados e controladores
considerados "líderes" ou "influentes" são vigiados e avisados por oficiais de possíveis investigações e punições.
Um IPM (Inquérito Policial
Militar) sobre a paralisação dos
controladores de vôo na última
sexta-feira vai investigar a conduta de pelo menos 13 profissionais do Cindacta-4, órgão
responsável pela controle aéreo na região amazônica, com
sede em Manaus.
A Aeronáutica vai acatar o
pedido feito pelo Ministério
Público Militar depois do feriado da Páscoa, segundo apurou
a Folha.
Colaboraram RANIER BRAGON, da Sucursal de
Brasília e KÁTIA BRASIL, da Agência Folha
Texto Anterior: Lula condecora oficiais em novo gesto de agrado Próximo Texto: Companhias aéreas terão equipes e aviões reservas para o feriado de Páscoa Índice
|