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Na crise, FAB gasta mais com segurança de vôo
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pressionado pela crise iniciada há seis meses, o governo acelerou no primeiro trimestre
deste ano os gastos com o programa orçamentário destinado
a promover a segurança de vôo
e o controle do tráfego aéreo.
Ainda que os resultados palpáveis estejam longe dessas
proporções, o Orçamento mostra um aumento de 187% nos
empenhos -a primeira etapa
do gasto público, quando são
encomendados produtos e serviços- pelo programa de janeiro a março, em comparação
com o mesmo período de 2006.
Segundo pesquisa da ONG
Contas Abertas, especializada
em acompanhamento do Orçamento, os empenhos chegaram
a R$ 117 milhões no trimestre,
enquanto os gastos efetivamente realizados ficaram em
R$ 94 milhões, o que representa uma alta de 41%.
A discrepância entre empenhos e gastos é natural em programas baseados em investimentos. "Não são equipamentos que você encontre no supermercado da esquina. Algumas compras têm de ser feitas
no exterior, a entrega deve demorar, e a instalação, idem",
avalia Gil Castello Branco, da
Contas Abertas.
Mantido o ritmo deste ano, o
programa "Segurança de Vôo e
Controle do Espaço Aéreo Brasileiro" caminha para um volume de despesas recorde no governo Lula, embora o orçamento autorizado não chegue ao
reivindicado pela Aeronáutica.
Os militares haviam pedido
R$ 610 milhões, mas o projeto
de lei orçamentária elaborado
pelo Executivo em agosto de
2006 previa R$ 489 milhões. Já
em meio à crise aérea, o Congresso elevou o valor para R$
549,8 milhões.
O número é inferior, ainda
mais se considerada a correção
monetária, aos gastos de 2002,
no final do governo FHC. A gestão petista argumenta que naquele ano vigorava um projeto
de implantação do sistema de
controle do tráfego aéreo.
Os números desde 2001, porém, mostram que o programa
tem índice de execução orçamentária de 80% em média,
bem superior aos padrões do
gasto público brasileiro (abaixo
de 50%). No primeiro trimestre, o índice foi de 17%, superando com folga a média de investimentos federais (9,5%).
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