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Assessor poderá trabalhar em base eleitoral
Vereadores de SP aprovaram projeto, em primeira votação, que libera funcionários a atuar, por exemplo, em escritórios políticos
Projeto da Mesa da Câmara ainda prevê o pagamento de jetons a funcionários de carreira e de gratificações por tempo de serviço
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal aprovou um projeto que libera os assessores parlamentares para
trabalharem nas bases eleitorais dos vereadores.
Cada parlamentar tem direito a 18 funcionários de confiança em seu gabinete, com salários de até R$ 6.700. Pelo projeto da Mesa da Câmara, esses assessores estarão livres para trabalhar, por exemplo, nos escritórios políticos dos vereadores
nos bairros da cidade.
Atualmente, os assessores
são obrigados a trabalhar na sede da Câmara, no centro de São
Paulo. A nova regra ainda precisa ser aprovada em segunda
votação na semana que vem.
A justificativa do projeto é
que o gabinete do vereador
considera "sua projeção dentro
dos limites territoriais do município" e os assessores parlamentares "têm como objetivo
proporcionar assistência direta
aos respectivos vereadores".
O presidente da Câmara, Antonio Carlos Rodrigues (PR),
defende essa "projeção do gabinete". "Eu pego quatro funcionários meus e levo para o meu
escritório lá na zona sul na segunda-feira, onde eu atendo
800 pessoas por semana. Lá
eles vão me ajudar a atender as
pessoas e eu vou poder usar papel timbrado da Câmara."
Para a Câmara, trata-se de
uma reforma administrativa,
que "corrige distorções" da reforma anterior, de 2003.
O projeto foi aprovado com
apenas dois votos contrários,
curiosamente dos dois últimos
presidentes da Casa -Arselino
Tatto (PT), autor da última reforma administrativa, e Roberto Tripoli (PV). Soninha Francine (PT) se absteve da votação.
Ontem, nenhum deles foi encontrado. Mesmo os vereadores favoráveis ao projeto se recusaram a comentar o assunto.
Porém, dificilmente essa larga
maioria conquistada pela Mesa
da Câmara, liderada por Rodrigues, Milton Leite (PMDB) e
José Américo (PT), será revertida até a próxima votação.
O projeto também beneficia
diretamente os funcionários de
carreira. Eles poderão receber
jeton por assessoria que fizerem, em horário de serviço e
por ordem do presidente, às comissões e à Corregedoria.
Para esse trabalho, o funcionário receberá R$ 1.204,40 por
mês. Também estão sendo criadas gratificações por tempo de
serviço e aprimoramento técnico, que só só serão concedidas após uma avaliação subjetiva de funcionários nomeados
pelo presidente da Câmara.
O 1º secretário José Américo
admite que o critério para a definição da promoção é parcialmente subjetivo -o funcionário terá de apresentar títulos
acadêmicos-, mas negou que
possa haver favorecimento.
O petista também afirmou
que o teto salarial do funcionalismo -R$ 9.636, equivalente
ao salário do prefeito- só poderá ser superado se o servidor
ocupar cargo de chefia. Porém,
neste caso, apenas o valor de
uma das gratificações, de no
máximo R$ 3.804,76, poderá
passar do teto. Na prática, o teto salarial dos funcionários da
Câmara passa a R$ 13.440,76.
Colaborou DIEGO ZANCHETTA, do "Agora"
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