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Menina diz que pai não a jogou do 4º andar
Garota de dez anos, que deixou o hospital anteontem, disse à família que não foi o pai que a empurrou
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
A menina de dez anos
que caiu do quarto andar de
um prédio na periferia de Cariacica (região metropolitana
de Vitória) deixou o hospital
na noite de anteontem e disse
à família que não foi o pai que
a empurrou.
O pai da criança, que trabalha
como motoboy, foi autuado em
flagrante por tentativa de homicídio e está preso. Para a Polícia Civil, ele foi o responsável
pela queda da garota, porque
supostamente a coagiu.
A menina deu duas versões
aos familiares. Em uma delas,
disse que, com medo do pai, jogou-se pela janela. Na outra
versão, contou que tentou se esconder do pai, desequilibrou-se
e caiu de uma altura de aproximadamente 12 metros.
O depoimento da menina à
Polícia Civil estava marcado para ontem, mas Lídia Meirelles
Daud, delegada titular do DPJ
(Departamento de Polícia Judiciária) de Cariacica, onde o inquérito para apurar o caso foi
aberto, disse que ela estava
traumatizada e não podia falar.
"Ela não podia prestar depoimento hoje [ontem]. Estava
traumatizada e negava-se a falar. À imprensa local a menina
disse que se jogou, porque estava com medo do pai", afirmou a
delegada.
Na opinião do tio-avô da menina, Paulo Lima, 51, a menina
pode estar com medo de fazer
alguma acusação do o pai.
"Ela está um pouco confusa,
cada hora diz uma coisa e pode
estar com receio de falar o que
realmente aconteceu. Minha
sobrinha [mãe da menina, que
já morreu] sofria muito com as
agressões do marido [pai da
criança]. Ele é um drogado e já
perdeu a cabeça várias vezes",
afirmou Lima.
O pai da garota afirmou à delegada que não usa drogas e que
não empurrou a menina da janela do quarto andar.
Guarda
A criança está na casa da avó,
irmã de Lima, que disse que vai
pedir a guarda da menina.
Ontem, a garota foi ao DML
(Departamento Médico Legal)
para fazer exame de corpo de
delito. De acordo com Daud, o
laudo, que deve ser entregue no
final da próxima semana, pode
indicar, com base nos ferimentos encontrados, se ela foi jogada ou se pulou.
A delegada ouviu quatro testemunhas ontem. Uma perícia
foi realizada no apartamento da
família. O inquérito, instaurado
anteontem, deve ser concluído
em dez dias. O motoboy, que, de
acordo com Daud, ainda não
apresentou advogado, foi transferido do DPJ ontem para uma
penitenciária. O local para onde
o pai da menina foi levado não
foi divulgado pela Polícia Civil.
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