São Paulo, sábado, 05 de abril de 2008

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Menina diz que pai não a jogou do 4º andar

Garota de dez anos, que deixou o hospital anteontem, disse à família que não foi o pai que a empurrou

CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA

A menina de dez anos que caiu do quarto andar de um prédio na periferia de Cariacica (região metropolitana de Vitória) deixou o hospital na noite de anteontem e disse à família que não foi o pai que a empurrou.
O pai da criança, que trabalha como motoboy, foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio e está preso. Para a Polícia Civil, ele foi o responsável pela queda da garota, porque supostamente a coagiu.
A menina deu duas versões aos familiares. Em uma delas, disse que, com medo do pai, jogou-se pela janela. Na outra versão, contou que tentou se esconder do pai, desequilibrou-se e caiu de uma altura de aproximadamente 12 metros.
O depoimento da menina à Polícia Civil estava marcado para ontem, mas Lídia Meirelles Daud, delegada titular do DPJ (Departamento de Polícia Judiciária) de Cariacica, onde o inquérito para apurar o caso foi aberto, disse que ela estava traumatizada e não podia falar. "Ela não podia prestar depoimento hoje [ontem]. Estava traumatizada e negava-se a falar. À imprensa local a menina disse que se jogou, porque estava com medo do pai", afirmou a delegada.
Na opinião do tio-avô da menina, Paulo Lima, 51, a menina pode estar com medo de fazer alguma acusação do o pai.
"Ela está um pouco confusa, cada hora diz uma coisa e pode estar com receio de falar o que realmente aconteceu. Minha sobrinha [mãe da menina, que já morreu] sofria muito com as agressões do marido [pai da criança]. Ele é um drogado e já perdeu a cabeça várias vezes", afirmou Lima.
O pai da garota afirmou à delegada que não usa drogas e que não empurrou a menina da janela do quarto andar.

Guarda
A criança está na casa da avó, irmã de Lima, que disse que vai pedir a guarda da menina.
Ontem, a garota foi ao DML (Departamento Médico Legal) para fazer exame de corpo de delito. De acordo com Daud, o laudo, que deve ser entregue no final da próxima semana, pode indicar, com base nos ferimentos encontrados, se ela foi jogada ou se pulou.
A delegada ouviu quatro testemunhas ontem. Uma perícia foi realizada no apartamento da família. O inquérito, instaurado anteontem, deve ser concluído em dez dias. O motoboy, que, de acordo com Daud, ainda não apresentou advogado, foi transferido do DPJ ontem para uma penitenciária. O local para onde o pai da menina foi levado não foi divulgado pela Polícia Civil.


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