São Paulo, sábado, 05 de abril de 2008

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Projeto de Ronaldinho Gaúcho terá que doar terreno para compensar dano ambiental

FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA

Dois empreendimentos ligados ao jogador Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona, vão ter que compensar o município de Porto Alegre por danos causados ao ambiente.
Nas obras do Instituto Ronaldinho Gaúcho, um projeto que atende crianças carentes da cidade, e do Centro Ronaldinho Gaúcho, um complexo esportivo ainda não concluído, houve corte de mata em uma área de preservação permanente e canalização irregular de um curso de água, de acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Um acordo entre a Promotoria e as entidades foi firmado na última terça-feira. Os empreendimentos já receberam 14 autos de infração, que somam multas de R$ 151 mil.
As obras do centro foram paralisadas após pedido da Promotoria.
Como forma de compensar os danos, a administração das instituições precisará doar ao município uma área de 40 hectares -equivalente a um quarto do parque Ibirapuera.
Também deverá constituir uma reserva particular de vegetação de 22 hectares e providenciar drenagem pluvial nas obras. Segundo a Promotoria, o corte de mata nativa foi de meio hectare (um hectare tem 10 mil m2).
Segundo a promotora Ana Marchesan, responsável pelo caso, Ronaldinho não deve ser responsabilizado porque não teve participação na gerência das operações.
A doação da área ao município tem que ser feita até o fim de julho. Se o terreno for concedido, a direção ganhará um abatimento de 90% no valor das multas que já foram aplicadas. A reserva particular precisa ser providenciada até março do próximo ano.
O Instituto Ronaldinho Gaúcho foi inaugurado em 2006. Os projetos sociais da entidade são feitos em parceria com a prefeitura.
O Ministério Público do Estado informou que a direção das entidades ligadas a Ronaldinho culpou o arquiteto e a empreiteira pelo problemas ambientais.
A Folha não conseguiu falar com a administração do instituto e do centro esportivo anteontem e ontem.
Ontem, a reportagem entrou em contato com a irmã de Ronaldinho, Deisi Moreira. Ela pediu que fosse enviado um e-mail com questionamentos. As perguntas foram encaminhadas, mas não foram respondidas.
A Folha também procurou o advogado do instituto, Sérgio Felício Queiroz, que disse que não tinha autorização para falar sobre o assunto.
Na sede do instituto, funcionários falaram que o presidente da organização, Roberto Assis Moreira, irmão do jogador, estava viajando.


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