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Foco
Projeto de Ronaldinho Gaúcho terá que doar terreno para
compensar dano ambiental
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
Dois empreendimentos ligados ao jogador Ronaldinho
Gaúcho, do Barcelona, vão ter
que compensar o município
de Porto Alegre por danos
causados ao ambiente.
Nas obras do Instituto Ronaldinho Gaúcho, um projeto
que atende crianças carentes
da cidade, e do Centro Ronaldinho Gaúcho, um complexo
esportivo ainda não concluído, houve corte de mata em
uma área de preservação permanente e canalização irregular de um curso de água, de
acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Um acordo entre a Promotoria e as entidades foi firmado na última terça-feira. Os
empreendimentos já receberam 14 autos de infração, que
somam multas de R$ 151 mil.
As obras do centro foram
paralisadas após pedido da
Promotoria.
Como forma de compensar
os danos, a administração das
instituições precisará doar ao
município uma área de 40
hectares -equivalente a um
quarto do parque Ibirapuera.
Também deverá constituir
uma reserva particular de vegetação de 22 hectares e providenciar drenagem pluvial
nas obras. Segundo a Promotoria, o corte de mata nativa
foi de meio hectare (um hectare tem 10 mil m2).
Segundo a promotora Ana
Marchesan, responsável pelo
caso, Ronaldinho não deve
ser responsabilizado porque
não teve participação na gerência das operações.
A doação da área ao município tem que ser feita até o
fim de julho. Se o terreno for
concedido, a direção ganhará
um abatimento de 90% no
valor das multas que já foram
aplicadas. A reserva particular precisa ser providenciada
até março do próximo ano.
O Instituto Ronaldinho
Gaúcho foi inaugurado em
2006. Os projetos sociais da
entidade são feitos em parceria com a prefeitura.
O Ministério Público do
Estado informou que a direção das entidades ligadas a
Ronaldinho culpou o arquiteto e a empreiteira pelo problemas ambientais.
A Folha não conseguiu falar com a administração do
instituto e do centro esportivo anteontem e ontem.
Ontem, a reportagem entrou em contato com a irmã
de Ronaldinho, Deisi Moreira. Ela pediu que fosse enviado um e-mail com questionamentos. As perguntas foram
encaminhadas, mas não foram respondidas.
A Folha também procurou
o advogado do instituto, Sérgio Felício Queiroz, que disse
que não tinha autorização para falar sobre o assunto.
Na sede do instituto, funcionários falaram que o presidente da organização, Roberto Assis Moreira, irmão do jogador, estava viajando.
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