São Paulo, terça-feira, 05 de abril de 2011

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França acha restos mortais nos destroços do Airbus

Governo inicia em um mês operação para retirar partes do voo 447 do mar

Ministra confirmou que vários corpos foram achados, mas não quis dar detalhes antes de informar as famílias

ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

A França anunciou ontem que identificou restos mortais de passageiros entre os destroços do voo 447 localizados no domingo. Dentro de um mês, vai iniciar uma delicada operação para retirar corpos e peças do fundo do mar, dois anos após o acidente que matou 228 pessoas.
"Nossa prioridade será localizar e tentar explorar as caixas-pretas do A330", disse Jean-Paul Troadec, diretor-geral do BEA, órgão que apura as causas do acidente, em entrevista coletiva -as peças são essenciais para se determinar o que ocorreu.
"Se não foram danificadas no choque, há chances de que possam ser exploradas, apesar de estarem submersas há quase dois anos."
Essa fase será inteiramente financiada pelo governo. Na coletiva, o BEA mostrou imagens feitas por submarinos Remus de parte dos novos elementos, como asa, motores e trem de pouso.
As fotos confirmam, segundo os investigadores, a análise feita pelo BEA de que não houve explosão durante o voo e de que a aeronave teria tocado intacta a água.
O anúncio da localização dos destroços foi feito anteontem, dez dias depois do lançamento da quarta fase de buscas, iniciada no dia 25.
Os investigadores indicaram que estão concentrados numa superfície de revelo plano de 200 m x 600 m, a 3.900 m de profundidade, um pouco mais ao norte da última posição conhecida do Airbus antes do acidente.

CORPOS
A ministra dos Transportes, Nathalie Koskiuko-Morizet, confirmou que vários corpos foram achados, mas nem ela nem os investigadores quiseram dar detalhes antes de informarem as famílias.
O resgate dos corpos deve dividir familiares. Em Paris, o presidente da associação Entraide et Solidarité, Jean-Baptiste Audousset, disse à Folha que nem todos querem que sejam retirados, pois "não se sabe em que estado podem ser encontrados".
Para ele, a boa notícia é que os destroços estão concentrados numa área pequena, o que relança esperanças de achar as caixas-pretas. No Brasil, familiares ainda não foram avisados formalmente sobre a descoberta de restos mortais, só sobre a localização de destroços.
"É uma falta de respeito divulgar isso publicamente, mas não avisar aos familiares. Mexe com a estrutura emocional de 178 famílias que não encontraram os corpos de seus mortos", disse Newton Marinho, irmão de Nelson Marinho Filho, uma das vítimas do voo 447.

Colaborou FELIPE CARUSO, do Rio

FOLHA.com
Veja as imagens dos destroços do voo 447
folha.com.br/fg2561


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