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MEDICINA PRIVADA
Prazo fixado pelo governo já foi descumprido 3 vezes
900 planos de saúde não concluíram seu cadastro
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal ainda não
concluiu o processo de recadastramento das empresas de planos
de saúde, cujo objetivo é dar um
registro definitivo às operadoras.
As empresas já descumpriram
em pelo menos três ocasiões os
prazos dados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, em junho e dezembro de 2005 e em
março deste ano. Mas o órgão
continua prorrogando os trabalhos de recebimentos de documentos -o novo prazo é de 60
dias, mas os vencimentos variam
de acordo com a data em que a
ANS concluiu a verificação da primeira documentação enviada.
Segundo afirmou ontem o diretor de Normas e Operações da
ANS, Alfredo Cardoso, a intenção
da agência é concluir o trabalho
neste ano.
De 1.100 empresas que atenderam ao recadastramento, 900 ainda não apresentaram a totalidade
dos documentos requisitados ou
apresentaram dados com problemas, que não atendiam às exigências técnicas, diz Cardoso.
"Duzentas empresas já têm os
registros definitivos, mas 900 estão com pendências cadastrais, de
dados de reservas financeiras",
exemplificou o diretor.
Segundo Cardoso, das 900 operadoras, 700 já reconheceram
problemas em sua situação documental e solicitaram termos de
ajustamento de conduta à área de
fiscalização da agência.
A reportagem pediu que Cardoso divulgasse o nome das empresas com dados pendentes, mas isso não foi feito pela agência até a
conclusão desta edição.
Ontem a ANS divulgou um atlas
econômico-financeiro do setor
que também não nomeia as operadoras. Segundo Cardoso, os dados por empresa só serão divulgados em anuário de saúde suplementar que está em elaboração.
De acordo com o estudo, atualmente o setor tem 36,9 milhões de
beneficiários, número que cresceu mais de 7,2% nos últimos três
anos. O número de operadoras,
no entanto, encolheu 7,5%.
O Atlas baseia-se nas informações já disponíveis das operadoras. Segundo a própria agência,
podem existir equívocos nos dados enviados pelas empresas.
A boa notícia que o levantamento traz é que melhorou o resultado operacional das empresas
-relação entre receitas e despesas-, o que reflete uma melhor
gestão, informou a ANS.
(FABIANE LEITE)
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