São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2010

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entrevista

Família deve assistir a vlogs, diz psicóloga

DA REPORTAGEM LOCAL

Para a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, a criação de diários em vídeo pode ser positiva, mas os pais devem conhecer o que é produzido pelos filhos, que muitas vezes não têm maturidade de saber o que pode ser exposto. (TB)

 

FOLHA - Por que os jovens fazem os vlogs e colocam no YouTube?
ROSA MARIA FARAH -
É uma questão de popularidade. Qual é o adolescente que não quer ser reconhecido? Um dos aspectos responsáveis por essa explosão [dos vlogs] são os 15 minutos de fama. Ou, quilobites de fama.

FOLHA - Isso é positivo?
FARAH -
Sim, pode ser uma forma de o jovem estar elaborando as dificuldades dele [de lidar com o contato social na vida real] publicamente. Não deixa de ser uma forma abstrata de trabalhar com a questão. É quase uma conversa consigo mesmo, mas é pública.

FOLHA - Não é muita exposição?
FARAH -
Eles estão em uma fase da vida em que podem ter muita habilidade com a tecnologia para fazer coisas muito criativas e interessantes. Mas não têm ainda muita maturidade emocional para ter critérios de até que ponto se expor e quais aspectos expor. Eles podem colocar hoje um vídeo achando que está tudo bem e amanhã se dar conta de que expuseram um aspecto da própria vida que não foi tão legal assim.

FOLHA - Isso não é perigoso? FARAH - Nessa etapa de maturidade eles não têm muito critério para avaliar as complicações dessa exposição. É aí que entra a família, a escola. Tem que ter uma participação dos adultos.
Eles [adultos] acham que é coisa de moleque e não se envolvem. Eles têm que conhecer para orientar. Cercear não funciona.


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