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Maconha fica mais difícil de se obter e tem alta de preço em SP
Polícia atribui fato ao reforço da fiscalização na fronteira com o Paraguai
DA REPORTAGEM LOCAL
A maconha está mais cara em
São Paulo. Desde janeiro, os
usuários têm dificuldades para
encontrá-la. Quando acham, o
produto tem qualidade inferior
ao que costumava circular.
"Ultimamente, só tenho encontrado a droga suja, com galhos e pedras. O efeito dura
bem menos que o normal", diz
um usuário paulistano, que pede para não ser identificado.
Segundo o Denarc (departamento que investiga o narcotráfico), até o ano passado era
possível encontrar o quilo da
maconha por R$ 200. Agora,
ele custa entre R$ 1.200 e R$
2.000. Usuários dizem que, onde pagavam R$ 3 pelo grama da
droga, agora ela custa até R$ 5.
Para a polícia, a escassez da
maconha é explicada principalmente pelo reforço na fiscalização da fronteira e pela atuação
em conjunto com o Paraguai,
principal fornecedor do produto para o mercado brasileiro.
Só no ano passado, as polícias
Federal e Rodoviária Federal
apreenderam 150 toneladas da
droga em Mato Grosso do Sul e
no Paraná, Estados que fazem
fronteira com o Paraguai.
"Há quatro anos, em MS, a
maconha custava cerca de R$
20 o quilo. Agora, custa de R$
60 a R$ 100. Tudo é reflexo da
repressão", diz o delegado Fabrízio José Romano, da Polícia
Federal em Ponta Porã (MS).
Além das apreensões nas estradas, as polícias brasileira e
paraguaia destruíram cerca de
600 hectares de pés de maconha no Paraguai. "Podemos estimar que 1.800 toneladas de
maconha deixaram de ser fornecidas, sendo que 90% abasteceriam o Brasil", diz Romano.
Na avaliação da polícia paulista, o aumento do consumo do
crack também pode explicar a
elevação do preço da maconha.
"O traficante calcula que o viciado em crack fuma mais e será seu cliente até que morra ou
deixe o vício. Já o da maconha
nem sempre é assim", afirma o
diretor do Denarc, Marco Antonio de Paula Santos.
Há usuários paulistanos que,
nos últimos meses, procuram a
droga em outras cidades. "Fui
comprar no litoral porque aqui
só encontrava uma maconha de
má qualidade e era maltratado
na boca de fumo", diz um deles.
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