São Paulo, quinta-feira, 05 de maio de 2011

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Governo culpa velocidade; polícia aponta traçado ruim

Departamento do Ministério dos Transportes diz que está investindo no setor

Polícia Rodoviária Federal afirma que é preciso aumentar o efetivo de policiais para fiscalizar as estradas


DE BRASÍLIA

Órgãos federais culpam a falta de qualidade do traçado das rodovias e a melhoria do pavimento pelo aumento do número de mortes.
O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), órgão responsável pela gestão das rodovias federais, afirma que melhorou a qualidade do asfalto e da sinalização, o que é uma das causas do aumento dos acidentes e mortes por causa do excesso de velocidade.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal), no entanto, atribui o crescimento do número de mortes ao aumento da malha, à falta de qualidade do traçado das rodovias e ao aumento de veículos no país.
A Folha revelou, em abril, que a maioria dos acidentes nas estradas federais ocorre sempre nos mesmos pontos, sem que haja medidas efetivas para combatê-los.
O engenheiro Dario Rais Lopes, ex-secretário de Estado dos Transportes de São Paulo, diz que a conjunção de situações pode ser responsável pelos dados negativos.
"Você tem estradas melhores, sem fiscalização adequada, e os motoristas acabam abusando", afirma.
O Dnit afirma que investe em restauração, aumento da capacidade, duplicação, sinalização e reforço da fiscalização das rodovias federais.

SINALIZAÇÃO E RADAR
Segundo o Dnit, a despesa vai alcançar R$ 17 bilhões, entre novos trechos e pagamentos de dívidas dos anos anteriores. O órgão pretende investir ainda outros R$ 2,6 bilhões em sinalização, controle de velocidade e peso nas rodovias.
Também estão sendo realizadas intervenções nos chamados "pontos concentradores de acidentes" -trechos de estradas em que as ocorrências superam muito a média do restante da via, e investimentos em sinalização e sistemas de controle de velocidade de veículos.
Já o coordenador-geral de Operações da PRF, Giovanni di Mambro, afirmou que seria necessário um aumento do número de pessoal para fiscalizar. Hoje, a polícia tem 9.100 homens, o mesmo de dez anos atrás, quando deveria ter 13,1 mil.
Segundo ele, os investimentos necessários em tecnologia para melhorar a fiscalização estão prontos para serem licitados, mas impedidos pelo contingenciamento de recursos determinado pelo governo. (DIMMI AMORA e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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