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OPERAÇÕES INTERLIGADAS
Para comissão, dinheiro não foi para habitação
Relatório da CPI vai apontar desvio
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A CPI das Operações Interligadas, instalada na Câmara Municipal em outubro do ano passado para investigar irregularidades nas gestões Pitta e Maluf, deve entrar com uma representação no Ministério Público alegando que
houve improbidade administrativa por parte dos ex-prefeitos e de
outras sete pessoas que participaram dos governos.
O relatório, que será apresentado hoje, concluiu que US$ 78 milhões arrecadados entre 1993 e
1997 com as operações foram desviados da finalidade pelos ex-prefeitos. A CPI se baseou em um relatório da própria administração
Pitta e concluiu que foram arrecadados US$ 122 milhões com as
operações. Segundo a CPI, apenas
US$ 22 milhões teriam sido aplicados em habitações socais.
Pela lei, todos os recursos arrecadados com operações interligadas, deveriam ir para um fundo
que financiaria habitações de interesse social.
Segundo o relator da CPI, João
Antônio (PT), o dinheiro não foi
repassado ao fundo, mas a comissão não sabe como foram usados
os recursos. Ele diz que algumas
empresas teriam sido favorecidas.
Numa análise de 11 das 313 operações, a CPI concluiu que US$ 12,8
milhões não chegaram aos cofres
do município.
A CPI também descobriu irregularidades na construção de casas populares feitas pela empresa
Birma. "Eles deveriam ter construído 352 casas de 60 m2, mas
construíram as casas com 42 m2."
Outro lado
Segundo Antenor Braido, assessor do ex-prefeito Celso Pitta, as
acusações não procedem. "Foram
investidos R$ 560 milhões em
moradias sociais, construídos
9.580 apartamentos do Cingapura
e 3.500 casas em mutirão", disse.
Além disso, segundo Braido,
3.200 famílias teriam sido transferidas de fundos de vale para conjuntos habitacionais e 72 favelas
teriam sido urbanizadas.
Braido disse que o dinheiro ia
para uma conta própria e que não
poderia ser desviado. Sobre as casas menores, Braido afirmou que
toda mudança de projeto era realizada com o aval de procuradores. "Se existiu mudança no projeto, foi com amparo legal".
A assessoria do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) foi procurada pela
Folha, mas não foi encontrada.
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