São Paulo, quarta-feira, 05 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SEGURANÇA

Doze dias após a última revista, policiais de SP encontram estiletes até em penitenciária de segurança máxima

PM faz operação pente-fino em presídios

DA REPORTAGEM LOCAL

DAS REGIONAIS

Doze dias após promotores e policiais terem feito uma operação integrada em 81 presídios do Estado de São Paulo como parte de uma ação de combate à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), a Polícia Militar voltou ontem a ocupar metade dos presídios paulistas em uma nova operação pente-fino.
A ação de ontem contou com a participação de 1.119 policiais e 4.800 agentes penitenciários e, em alguns presídios, a vistoria chegou a demorar sete horas. Apesar de 14 das 16 penitenciárias já terem sido revistadas no último dia 23, a polícia voltou a encontrar armas, celulares e drogas. A polícia encontrou estiletes até na Casa de Custódia de Taubaté, considerada de segurança máxima.
A decisão de voltar a ocupar os presídios aconteceu um dia após um princípio de rebelião em Pinheiros (zona oeste de SP), comandada por integrantes do PCC, e a fuga de 20 detentos em Osasco, na Grande São Paulo.
Foram revistadas 53 das 106 unidades prisionais do Estado. Ao todo, 46 mil presos, de um total de 77 mil, tiveram celas vistoriadas.
Em 23 de maio, uma operação fechou 32 centrais telefônicas do PCC e ocupou 81 presídios para evitar rebeliões. Em seis horas, 18 pessoas foram presas e 25 líderes da facção criminosa transferidos para Presidente Bernardes, o único presídio com bloqueador de celulares.
Na época, o próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu a possibilidade de a organização reagir à ação da polícia.
Mas as secretarias da Administração Penitenciária e da Segurança Pública informaram, por meio de suas assessorias de imprensa, que a ação de ontem teve caráter preventivo. Além disso, seria uma forma de "intensificar a revista", que já é feita usualmente.

Rebelião
Anteontem, cerca de mil presos tentaram tomar a unidade 3 do cadeião de Pinheiros após revista feita pela polícia. De manhã, 20 detentos do Centro de Detenção Provisória de Osasco aproveitaram a estréia da seleção na Copa para fugir por um túnel. Essa unidade havia sido vistoriada na megaoperação de 23 de maio.
A Secretaria da Administração Penitenciária divulgou que os CDPs (Centros de Detenção Provisória) também passarão por revistas constantes.
Pelo balanço divulgado ontem, foram encontrados 87 celulares e 72 carregadores, 244 estiletes e 320 amostras de droga, entre papelotes e porções de cocaína, maconha e crack.
Um túnel foi encontrado pela PM na penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos (Grande SP), entre duas celas do pavilhão 3.
Aproximadamente 100 litros de bebida alcoólica, R$ 10 em dinheiro e R$ 467,87 em cheques foram apreendidos pela PM.
Para cada objeto encontrado nas unidades, será instaurada uma sindicância. Se for constatada a participação de algum funcionário, será aberto um procedimento administrativo disciplinar.

Taubaté
Na vistoria realizada ontem na Casa de Custódia de Taubaté (130 km de SP), foram encontrados, pela primeira vez, dois estiletes na unidade, que é considerada de segurança máxima.
Na cela 37 da ala dois do presídio Tarcizio Leonce Pinheiro Cintra, em Tremembé (138 km de SP), foi descoberto um buraco que estava começando a ser escavado no teto, que seria utilizado para uma tentativa de fuga, segundo a Polícia Militar.
A cela foi isolada para que seja feito o reparo necessário.



Texto Anterior: Ex-presidente do Peru morre aos 89 anos
Próximo Texto: Igreja recolhe alimentos para penitenciária
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.