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URBANISMO
Projeto é de Oscar Niemeyer para construção de praça; meta é realizar obra, avaliada em R$ 1,5 milhão, até outubro
Ibirapuera poderá perder parte da marquise
DA REPORTAGEM LOCAL
Tombado como patrimônio
pelos órgãos federal (Iphan), estadual (Condephaat) e municipal
(Conpresp), o parque Ibirapuera
pode passar por uma nova alteração: a demolição de parte da marquise para a construção de uma
praça e a criação de uma nova cobertura para interligar a Oca e o
auditório.
A obra foi projetada por Oscar
Niemeyer, que também é autor
do projeto original do parque,
criado na década de 50. Se aprovada a alteração, será demolida
uma área de aproximadamente
1.000 m2 da marquise, que atualmente conta com 27 mil m2. A
área a ser suprimida corresponde
a um "bico" de aproximadamente
40 m da cobertura.
Avaliada em R$ 1,5 milhão, a
construção ainda não possui patrocinador. A meta da prefeitura,
porém, é realizá-la até outubro,
quando será entregue o auditório.
Patrocinado pela empresa de telefonia TIM e avaliado em R$ 20
milhões, o auditório serviu, no
ano passado, de palco para uma
polêmica entre a prefeitura e o
Ministério Público Estadual, que
contestava a obra com base no
tombamento feito pelo Condephaat. A prefeitura argumentou
que o auditório constava do projeto original e em dezembro, após
a autorização do Condephaat e da
liberação da Justiça, deu início à
construção.
Já a mudança na marquise é um
projeto completamente novo,
apresentado anteontem na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente por uma equipe de Oscar Niemeyer. "A proposta original foi
modificada, tinha uma passarela
que ligava os dois prédios. Essa
nova a substitui. O Niemeyer tem
uma produção conforme a veia
artística dele e era uma coisa inconclusa, então ele reviu sua própria obra", disse ontem o secretário do Verde e do Meio Ambiente,
Adriano Diogo.
Representantes do Condephaat
e do Conpresp participaram da
reunião e analisarão o projeto. O
Ministério Público Estadual pedirá à Secretaria do Verde e do Meio
Ambiente informações sobre a
eventual obra para verificar se
não há ilegalidade.
Segundo Niemeyer, a mudança
na marquise é necessária devido à
praça que será construída, em formato de T, no local em que hoje
estão parte da marquise e do estacionamento. "Esse é um assunto
que a gente nem discute. Ninguém faz uma praça dividida em
duas. Quem projetou a marquise
fui eu, posso cortá-la do jeito que
eu quiser", disse o arquiteto.
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