São Paulo, sábado, 05 de junho de 2004

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URBANISMO

Projeto é de Oscar Niemeyer para construção de praça; meta é realizar obra, avaliada em R$ 1,5 milhão, até outubro

Ibirapuera poderá perder parte da marquise

DA REPORTAGEM LOCAL

Tombado como patrimônio pelos órgãos federal (Iphan), estadual (Condephaat) e municipal (Conpresp), o parque Ibirapuera pode passar por uma nova alteração: a demolição de parte da marquise para a construção de uma praça e a criação de uma nova cobertura para interligar a Oca e o auditório.
A obra foi projetada por Oscar Niemeyer, que também é autor do projeto original do parque, criado na década de 50. Se aprovada a alteração, será demolida uma área de aproximadamente 1.000 m2 da marquise, que atualmente conta com 27 mil m2. A área a ser suprimida corresponde a um "bico" de aproximadamente 40 m da cobertura.
Avaliada em R$ 1,5 milhão, a construção ainda não possui patrocinador. A meta da prefeitura, porém, é realizá-la até outubro, quando será entregue o auditório.
Patrocinado pela empresa de telefonia TIM e avaliado em R$ 20 milhões, o auditório serviu, no ano passado, de palco para uma polêmica entre a prefeitura e o Ministério Público Estadual, que contestava a obra com base no tombamento feito pelo Condephaat. A prefeitura argumentou que o auditório constava do projeto original e em dezembro, após a autorização do Condephaat e da liberação da Justiça, deu início à construção.
Já a mudança na marquise é um projeto completamente novo, apresentado anteontem na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente por uma equipe de Oscar Niemeyer. "A proposta original foi modificada, tinha uma passarela que ligava os dois prédios. Essa nova a substitui. O Niemeyer tem uma produção conforme a veia artística dele e era uma coisa inconclusa, então ele reviu sua própria obra", disse ontem o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Adriano Diogo.
Representantes do Condephaat e do Conpresp participaram da reunião e analisarão o projeto. O Ministério Público Estadual pedirá à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informações sobre a eventual obra para verificar se não há ilegalidade.
Segundo Niemeyer, a mudança na marquise é necessária devido à praça que será construída, em formato de T, no local em que hoje estão parte da marquise e do estacionamento. "Esse é um assunto que a gente nem discute. Ninguém faz uma praça dividida em duas. Quem projetou a marquise fui eu, posso cortá-la do jeito que eu quiser", disse o arquiteto.


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