São Paulo, sábado, 05 de junho de 2004

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Novo estudo mostra que na Uerj há mais cotistas entre reprovados

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

A Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) divulgou ontem novo estudo sobre cotas na universidade, no qual compara o desempenho acadêmico dos estudantes que entraram pelo sistema de reserva de vagas para negros e oriundos da rede pública com o desempenho dos demais alunos no primeiro semestre de 2003.
A pesquisa do ano passado mostrou que cotistas tiveram desempenho melhor do que os demais quando se comparou a taxa de aprovação em toda as disciplinas cursadas.
O novo estudo, feito a partir do rendimento dos mesmos estudantes, chegou a conclusão inversa ao comparar a taxa de reprovação por nota dos alunos -cotistas tiveram maior taxa de reprovação do que os demais.
A diferença acontece porque o atual estudo, feito na gestão da reitoria que assumiu neste ano a Uerj, preferiu trabalhar com a taxa de reprovação apenas por nota (alunos que não abandonaram a disciplina e que tiveram nota insuficiente para serem aprovados). Em todos os quatro centros da Uerj, essa comparação mostra que a taxa de reprovação foi maior entre os cotistas.
A comparação, no entanto, não levou em conta os alunos que abandonaram a disciplina e, por isso, tiveram nota zero nas provas. Quando esse grupo é comparado, os dados são: 6,9% dos cotistas foram reprovados dessa maneira ante 13,7% de taxa entre os demais estudantes.
Na comparação da média das notas, calculado pelo CR (Coeficiente de Rendimento), cotistas e demais alunos têm desempenhos parecidos, com variações pequenas na porcentagem de alunos com CR superior a 7 (sobre 10) e entre 5 e 7 entre os dois grupos.
A sub-reitora de graduação da Uerj, Raquel Villardi, defende que a melhor maneira de comparar a nota é analisando a taxa de reprovação. Segundo ela, um aluno que abandonou uma disciplina por falta e ficou com CR zero pode ter desistido da aula, por exemplo, por incompatibilidade de horário, e não necessariamente por baixo rendimento. Por essa razão, segundo Villardi, a comparação do CR e da reprovação por abandono pode trazer distorções.


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