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Greve de perueiros pode afetar 3 milhões hoje
Categoria ameaça parar 6.500 microônibus em 420 linhas de toda a cidade; ontem, greve parcial prejudicou 350 mil passageiros
Perueiros dizem que
portaria reduziu seus
ganhos; prefeitura nega
redução e ameaça multar
quem não circular
GIOVANNA BALOGH
JORGE DURAN
DO "AGORA"
Os perueiros ameaçam fazer
hoje uma paralisação geral, o
que pode afetar cerca de 3 milhões de passageiros.
Os líderes de cooperativas
decidiram cruzar os braços depois da publicação, no sábado,
de uma portaria no "Diário Oficial" da Cidade que altera a remuneração da categoria.
Os perueiros dizem que a publicação reduz o valor pago por
passageiro transportado. Pelos
cálculos deles, haverá uma redução mensal de 15%.
A prefeitura nega qualquer
redução. Para o secretário municipal dos Transportes, Frederico Bussinger, a prefeitura seguiu o previsto no acordo entre
as partes, que é fazer o reajuste
e o reequilíbrio contratual.
"Dizer que houve perdas não
é verdade. Não adianta ver o valor unitário [por passageiro
transportado], e sim o global",
afirmou o secretário.
Presidente do Sindilotação
(sindicato dos perueiros), o vereador Senival Moura (PT) disse que se reuniu com as lideranças das cooperativas e que
todos decidiram pela paralisação dos 6.500 microônibus.
"Vamos fazer greve até que a
prefeitura explique o que muda", disse. Ao todo, 420 linhas
devem deixar de ser atendidas.
A paralisação começou parcial ontem, quando as
cooperativas Cooperpeople e
Consórcio Aliança pararam. Os
596 microônibus e 96 ônibus
dessas empresas não saíram da
garagem. Os grevistas estimam
que 350 mil passageiros tenham sido prejudicados.
Os grevistas dizem que antes
da portaria recebiam, em média, R$ 1,19 por passageiro. Agora, calculam, passarão a ganhar
R$ 1,06 (a tarifa custa R$ 2,30).
A categoria quer ainda um reajuste de 7% na remuneração.
O presidente da Cooperpeople, Francisco de Mola Neto,
45, diz que a redução do repasse vai representar uma grande
perda financeira. "A empresa
vai perder R$ 1 milhão por
mês", contabilizou.
Ele e outros diretores da cooperativa foram ontem ao Ministério Público Federal levar
uma petição, apontando, de
acordo com ele, a inconstitucionalidade da redução.
As viações de ônibus também
tiveram o reajuste divulgado,
porém informaram que ainda
negociam com a prefeitura.
O secretário Bussinger disse
que não foi informado oficialmente da greve e afirmou que
está aberto para dialogar.
Na área onde ocorreu a paralisação, o ganho mensal "só aumentou nos últimos anos",
afirmou o secretário. Ele disse
que, em 2006, a média mensal
recebida pela área era R$ 9,6
milhões e que, neste ano, é de
R$ 10,5 milhões.
Bussinger disse que os manifestantes foram notificados pela SPTrans (empresa que gerencia o transporte coletivo em
São Paulo) e, caso não voltem
ao trabalho, serão punidos com
multas e correm o risco de serem excluídos do sistema.
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