|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Ninguém agüenta mais" a invasão na USP, diz Serra
O governador não disse se a PM irá cumprir ordem de reintegração de posse da reitoria
Ontem, um grupo de estudantes voltou a se reunir com a reitora para discutir o fim da invasão, mas não houve acordo
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador José Serra
(PSDB) disse ontem que "ninguém agüenta mais" a invasão
do prédio da reitoria da USP
por estudantes da instituição,
que hoje entra no 33º dia. Para
ele, a invasão representa apenas o desejo de uma minoria
que procura "encrenca".
"Ninguém agüenta mais
aquilo [invasão], nem os próprios estudantes. Está muito
claro que é uma minoria lá concentrada querendo armar alguma encrenca. Esse é o único
propósito que existe", disse.
O tucano, porém, não quis
dar mais detalhes a respeito da
declaração nem falar se a Polícia Militar irá cumprir a ordem
de reintegração de posse da reitoria, concedida em 16 de maio.
A declaração foi dada pelo governador após os jornalistas insistirem na pergunta durante o
evento Novas Fronteiras do
Etanol, organizado pela Unica
(União da Indústria de Cana-de-Açúcar), ontem à tarde em
São Paulo. Pela manhã, em outro evento, ele se recusou a falar sobre a crise na USP.
Na quinta-feira da semana
passada, Serra publicou um decreto no qual diz que está assegurada a autonomia das universidades -numa tentativa de
pôr fim à invasão e à greve parcial nas universidades públicas
paulistas. A medida foi bem recebida por membros da academia antes críticos ao governo e
pelos estudantes. Mesmo assim, os estudantes mantiveram
a invasão, e funcionários e professores, a greve parcial.
Ontem um grupo de 20 alunos e seis servidores da USP se
reuniu pela 11ª vez com a reitora Suely Vilela para discutir o
fim da invasão. A reunião começou por volta das 15h30 e
terminou por volta das 20h. Segundo os participantes, mais
uma vez não houve acordo.
À tarde, em assembléia que
reuniu 161 pessoas, segundo a
assessoria da Adusp (associação dos docentes), os professores decidiram pela manutenção
da greve parcial, mas aprovaram o indicativo do fim da manifestação, que será discutido
em nova assembléia, marcada
para segunda-feira. A USP tem
5.222 professores.
Antes disso, amanhã, essa decisão será discutida no Fórum
das Seis para aprovação ou não.
"É um movimento conjunto de
professores, alunos e funcionários. Não é só de professores.
Precisa manter uma certa unidade nesta história", disse
Francisco Miraglia, vice-presidente da Adusp.
"Acho que o movimento teve
uma repercussão boa. Teve vitórias significativas, mas acho
que está na hora de suspender.
Então, vamos discutir isso com
outros setores", completou ele.
Dois dos pontos considerados por ele como vitória são a
publicação do decreto declaratório feito pelo governador e o
reajuste de 3,37%, oferecido
aos professores e funcionários.
A categoria pede 3,15% incorporação de R$ 200 ao salário.
Também ontem pela manhã
os servidores da USP fizeram
uma assembléia em que foi
aprovada a manutenção da greve e da invasão à reitoria. Segundo o Sindusp (sindicato dos
servidores), participaram cerca
de 500 pessoas e o fim da greve
nem sequer foi colocado em
discussão porque, segundo a
entidade, as reivindicações não
estão sendo atendidas.
Texto Anterior: Relatório aponta falhas em planos de saúde Próximo Texto: Frase Índice
|