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Comunidade do Bom Retiro que abrigou israelense diz que desconhecia denúncia
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A comunidade judaica ortodoxa do Bom Retiro recebeu e
hospedou o israelense Elior
Noam Hen logo que ele chegou.
Ele freqüentou a sinagoga Talmud Thorá, a um quarteirão do
local onde foi preso.
O rabino dessa sinagoga, Scie
Pasternak, disse que ninguém
da comunidade sabia que se
tratava de um procurado pela
Interpol e que não perguntou a
Hen o que o trazia ao Brasil. Segundo ele, é costume dar abrigo
a visitantes. "Ele disse apenas
que vinha do Canadá."
Pasternak afirma que ninguém conhecia o israelense e,
por isso, ele foi encaminhado a
uma casa "da coletividade" na
rua da Glória, na Liberdade.
"Depois, claro, todos o viram
por aqui. Ele vinha rezar." O israelense se comunicava em hebraico e iídiche, línguas dominadas pelos freqüentadores da
sinagoga do Bom Retiro.
No início de maio, a Fisesp
(Federação Israelita do Estado
de São Paulo) avisou a comunidade judaica que havia a suspeita de que Hen estivesse no
Brasil. O caso dele, que teve
grande repercussão em Israel,
já era conhecido por boa parte
dos judeus ortodoxos paulistanos, segundo a Fisesp. Um comunicado sobre o assunto foi
afixado nas sinagogas, e, a partir daí, o israelense sumiu.
O vice-presidente da Fisesp,
Ricardo Berkiensztat, diz que
Hen não tem formação de rabino e que fazia parte de uma seita conhecida pelos judeus como "Grupo dos Sádicos". "Isto
também não muda muito a calhordice que era esse cara."
Berkiensztat diz ser comum
que judeus estrangeiros visitem o Brasil para divulgar os
seus projetos. "Geralmente,
[são] pessoas de bem. Daí, aparece um louco desses."
Ele lembrou que a religião é
contra a violência a crianças. "A
família é a base da religião."
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