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Nova marginal Tietê custará R$ 1,3 bilhão
Obras de ampliação da via, que ganhará 3 faixas em cada sentido, começam em 15 dias e devem terminar em setembro de 2010
Governo de São Paulo prevê melhora de 35% na fluidez; especialista em trânsito critica gasto com obra para beneficiar usuário de carro
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
As obras de ampliação da
marginal Tietê custarão R$ 1,3
bilhão e devem começar dentro
de 15 dias. Em cada sentido, serão construídas três faixas para
os automóveis entre as pistas
local e expressa, onde hoje existem canteiros arborizados.
O empreendimento, que prevê também quatro novas pontes e três novos acessos à avenida, será concluído em setembro
de 2010, diz o governo paulista.
Ontem, o governador José
Serra (PSDB) assinou a ordem
de serviço que autorizou o início das obras. Anunciou que,
para dar lugar às novas pistas,
559 árvores ao longo dos canteiros serão cortadas.
Como compensação ambiental, o Estado plantará 4.900 árvores ao longo da marginal e de
seus acessos -o que dobrará o
número atual. Também plantará 83 mil em outras regiões da
cidade e mais 83 mil no futuro
parque da Várzea do Tietê, entre São Paulo e Guarulhos. Ao
todo, a compensação ambiental
consumirá R$ 60 milhões -5%
do custo da ampliação.
Os ganhos à fluidez do trânsito serão da ordem de 35%, segundo o governo, que prevê
também benefícios ambientais,
já que menos tempo perdido
pelos veículos em congestionamentos significa menor emissão de poluentes no ar.
Especialistas questionam a
necessidade de uma obra desse
porte para beneficiar principalmente os usuários de automóvel. "Esse dinheiro poderia ser
aplicado em corredores de ônibus, por exemplo", diz o consultor Horácio Figueira.
Estais
As obras em 15 km dos 22,5
km da marginal ficarão a cargo
da estatal Dersa. Nesse trecho,
que vai da ponte da CPTM até a
ponte do Tatuapé, elas custarão
R$ 750 milhões e serão realizadas pelas empreiteiras EIT,
Egisa, Delta e Sobrenco.
A ampliação nas extremidades ficará por conta das concessionárias de rodovias com acesso à marginal, que juntas investirão R$ 200 milhões.
O trecho de 4 km entre o viaduto da CPTM e o Cebolão, onde ficam os acessos às rodovias
Anhanguera, Bandeirantes e
Castello Branco, será construído pela AutoBan e pela ViaOeste. Os 3,5 km entre a ponte do
Tatuapé e a rodovia Ayrton
Senna serão feitos pela EcoRodovias, que assumirá a estrada.
Outros R$ 130 milhões serão
gastos em desapropriações -a
maioria são terrenos do próprio poder público, segundo o
governo. Projetos, gerenciamento de obras, interferências
na rede elétrica e tubulações de
água e gás e reassentamentos
consumirão R$ 185 milhões.
Nos trechos sob as atuais
pontes, as novas pistas vão se
"desviar" de pilares nos canteiros. Em quatro delas (o governo
não disse quais), onde esse espaço é muito estreito, os pilares
serão derrubados e darão lugar
a outros sobre as próprias pontes, com estais (barras metálicas como as da ponte Octavio
Frias de Oliveira, na zona sul).
Segundo o secretário dos
Transportes, Mauro Arce, ainda não foram definidos em que
locais as obras terão início.
A previsão do governo é que
as pistas sejam inauguradas em
março. Pontes e acessos ficarão
para o segundo semestre.
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