Rua de comércio popular atraiu um grande público no meio do feriadão

Região registrou 21 km de congestionamento no início da noite; vias importantes de outras áreas foram afetadas

CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Pensei que haveria menos carros, por causa do feriado", disse o pedreiro Carlos Antônio Barbosa, 45, justificando por que resolveu fazer compras ontem à tarde na 25 de Março, rua de comércio popular no centro de SP.
O problema é que muita gente teve a mesma ideia, e a região do centro registrou até 21 km de filas, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). O pico ocorreu às 19h, quanto o trânsito na cidade inteira tinha 76 km de congestionamento -o rodízio estava suspenso ontem.
Barbosa saiu de São Bernardo, passou pela Imigrantes, pela avenida do Estado e quando falou com a reportagem, às 14h, estava preso na av. Prestes Maia.
"Normalmente gasto 45 minutos, hoje estou há quatro horas no trânsito", afirmou o pedreiro.
As avenidas 23 de Maio, do Estado, 9 de Julho e Tiradentes também foram afetadas.
A Folha percorreu o trecho do corredor norte-sul entre o aeroporto de Congonhas e o vale do Anhangabaú. Gastou uma hora, das 12h30 às 13h30, para andar 9,4 km.

VAGA DIFÍCIL
A professora Fabiana Sociale, 35, gastou o dobro do tempo no percurso. Ela queria comprar enfeites para a festa de aniversário do filho e, embora preferisse o metrô, o marido optou pelo carro.
Ao ver que o estacionamento da Prestes Maia pedia R$ 12 por hora, o casal desistiu de parar lá. "Vamos tentar achar vaga na rua", disse ela.
Rafael Binate, funcionário do estacionamento, afirmou que "quando se enforca o feriado, fica sempre assim". O local recebe, em dias normais, cerca de cem carros. Esperava receber 150 até o começo da noite de ontem.
Renata Schoen, 32, estudante que veio de Porto Alegre para fazer compras, preferiu o ônibus. Saiu do Campo Belo (zona sul) às 8h50 e gastou meia hora até o centro. Mesmo equilibrando quatro sacolas de compras nas mãos, ela ia voltar de transporte público.


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