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Rio-Santos deve ganhar comércio e mais trânsito
Trecho de 7 km da rodovia em São Sebastião poderá receber hotéis e bares
Corredor é rota de quem sai da Tamoios para Ilhabela; proposta do prefeito deve passar neste mês na Câmara
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
Um corredor de cerca de 7
km ao longo da rodovia Rio-Santos (SP-55) poderá abrigar hotéis, pousadas, bares,
restaurantes, supermercados, postos de gasolina, bancos e outros estabelecimentos vetados hoje no trecho.
A medida tende a complicar o tráfego na região, rota
de turistas no litoral norte e
que já é um gargalo viário.
A proposta, do prefeito de
São Sebastião, Ernane Primazzi (PSC), passou por duas
audiências públicas na Câmara e deve ir à votação ainda este mês, com boas chances de aprovação.
Ela também deverá impulsionar a especulação imobiliária de uma área que já é valorizada e concentrar o comércio em torno da via.
Esse trecho da estrada é o
único acesso para quem vem
da rodovia dos Tamoios em
direção a Ilhabela ou a praias
da costa sul, como Maresias,
Boiçucanga e Camburi.
O Corredor Especial de Comércio abarcaria uma faixa
de 50 metros de cada lado da
via e cortaria a cidade, inclusive bairros com imóveis de
alto padrão, casas de veraneio e marinas de luxo, como
Arrastão e Pontal da Cruz.
O trecho urbano da Rio-Santos é administrado pela
prefeitura -o restante da via
é gerido pelo governo de SP.
Uma das consequências
do projeto será anistiar cerca
de 30 estabelecimentos irregulares já existentes na área,
mas o principal efeito será liberar a instalação de empreendimentos hoje vetados.
PRESSA
"Na temporada, levo 45
minutos para andar 4 km",
diz Rosely Santaella, presidente da Associação de Moradores do Arrastão.
Segundo ela, a instalação
desenfreada de comércio na
região, além de agravar o
trânsito, irá afetar a paisagem. "Colocar comércio ao
lado da praia vai tirar a vista
lindeira", diz Rosely, para
quem o projeto atende a interesses econômicos.
A pressa, segundo ela, fica
evidente quando a prefeitura
apresenta o projeto antes da
revisão do Plano Diretor, ainda em gestação. É a mesma
ressalva feita pelo vereador
Paulo Henrique Santana
(PDT), um dos poucos na Câmara a criticar o projeto.
"A cidade está crescendo
sem planejamento", afirma.
PROGRESSO
"É o progresso", rebate
Eduardo Cimino, presidente
da Associação Comercial e
Empresarial, para quem o
corredor, na prática, já existe. "Ao longo dos anos, vários estabelecimentos se instalaram na informalidade. A
vantagem na aprovação da
lei é que dá segurança aos futuros empreendedores."
Para ele, há temor exagerado em relação ao projeto. A
Folha não conseguiu ouvir o
prefeito e o secretário de
Obras, Pérsio Mendes.
Em audiência na Câmara,
Primazzi disse que o projeto
incentiva o comércio, regulariza estabelecimentos existentes e, ao permitir novos
investimentos, cria condições para gerar emprego.
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