São Paulo, domingo, 05 de junho de 2011 |
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LEONILDO DELFINO DE OLIVEIRA (1947-2011) Lutou contra a dependência química ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO Há mais de 30 anos, Leonildo Delfino de Oliveira, o Leo, se deu conta de que o alcoolismo havia levado tudo o que ele conseguira como executivo de uma multinacional. A saída que encontrou foi se tratar na Fazenda do Senhor Jesus, uma comunidade terapêutica em Campinas. Ao deixar o local, com o vício superado, trabalharia até o fim da vida no tratamento de dependentes químicos. Na mineira Poços de Caldas, ele ficou órfão de pai muito cedo. Aos 18, foi com a família para Campinas, atrás de melhores oportunidades. Virou executivo, mas perdeu tudo devido à bebida. Após se recuperar, recebeu um convite do prefeito de Taquaritinga (SP) para criar na cidade uma fazenda como a que ficara em Campinas. Topou o desafio e, em 1989, criou o Horto de Deus, que, desde sua fundação, já tratou mais de 1.200 pacientes acima dos 18 anos. O local hoje dá assistência a 20 pessoas. A média de recuperação é de cerca de 50%. Leo acabou virando uma autoridade sobre dependência. Deu palestras e ajudou a fundar grupos de apoio aos familiares dos dependentes em outras cidades paulistas. Segundo a mulher, Susana, que ele conheceu no trabalho (ela era voluntária no Horto de Deus), o marido era calmo e brincalhão. Cantava e gostava de tocar violão. Seu sonho, ela conta, era ver o Horto caminhando sem problemas financeiros. Há três anos, Leo descobriu e tratou um câncer de estômago. A doença, porém, voltou no esôfago. Enfraquecido, morreu no domingo, aos 64, devido a uma pneumonia. Não teve filhos. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Toque de recolher reduz violência envolvendo jovens Índice | Comunicar Erros |
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