São Paulo, sexta, 5 de junho de 1998

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Cidade teve onda de sequestros relâmpago

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha Campinas

O assassinato da advogada Patrícia Aggio Longo, 27, assustou os moradores de Atibaia. De acordo com o agente policial Eduardo Bezerra, nas duas semanas aconteceram dez sequestros relâmpago na cidade.
"A onda de violência está invadindo a cidade", disse. O advogado Sálvio de Almeida, 32, amigo da vítima, ficou chocado com o crime. "É difícil acreditar que isso tenha acontecido. Ela era nova e tinha uma vida pela frente", afirmou o advogado.
O delegado-titular do SIG (Setor de Investigações Gerais), Fernão Dias da Silva Leme, 33, que é amigo do casal e investiga o caso, afirmou que a população ficou assustada porque não está acostumada a crimes tão violentos.
"Quando me avisaram, pensei que se tratasse de mais um roubo de carro com sequestro relâmpago. Não existe explicação razoável para justificar o assassinato", afirmou.
A maioria dos crimes ocorridos em Atibaia, segundo ele, estão ligados a quadrilhas da região de Campinas (99 km a noroeste de São Paulo).
Fernão Dias
"Com a duplicação da rodovia Fernão Dias, a cidade saiu perdendo. A entrada de quadrilhas e as fugas ficaram facilitadas e a cidade perdeu a tranquilidade", disse o delegado.
Para Eger Aggio Longo, irmão da vítima, o assassinato não tem explicação.
"Quando Patrícia e Igor se casaram, há um ano, eles decidiram morar em Atibaia porque queriam tranquilidade. Tinham medo da violência de São Paulo", afirmou Longo.
Segundo ele, o crime abalou a família. "Ela estava grávida e eles teriam o seu primeiro filho", afirmou o irmão da vítima.

Reação

O advogado Henrique Ferreira da Silva, 57, pai do promotor, afirmou que está assustado com a violência do crime.
"Acredito que ela tenha reagido. Ela era uma moça muito boa, mas também muito decidida. Sei que a família e principalmente meu filho estão desesperados", afirmou o advogado.



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