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EDUCAÇÃO
Segundo profissionais da área, empresas não levam resultados do exame em consideração para contratar
Provão é ignorado por mercado de trabalho
MALU GASPAR
da Reportagem Local
Os resultados do Exame Nacional de Cursos, o provão, que ocorre no próximo domingo pela terceira vez, não estão sendo considerados pelas empresas na hora de
escolher seus novos profissionais.
Segundo a maioria dos responsáveis por recrutamento nas empresas e pelos conselhos de representação profissional, o provão
não é o melhor indicador da qualidade de um candidato.
"O profissional que as empresas
nos pedem geralmente tem características que não dependem tanto
da formação acadêmica, mas do
esforço do estudante em ter qualificações adicionais", diz Sylvana
Rocha, gerente-adjunta de atendimento do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola).
Segundo ela, na área de administração, é mais provável que a escolha do profissional esteja vinculada à faculdade de onde vem o candidato. Administração, direito e
engenharia civil, foram os primeiros cursos a ser avaliados.
"Mesmo assim, as faculdades
que as empresas escolhem são as
mais bem conceituadas, e isso não
depende do exame."
Essa também é a atitude do Banco de Boston, que contrata profissionais de administração, direito e
engenharia. A assessoria de imprensa do banco afirma que estudantes que vêm de faculdades consideradas de primeira linha são
preferidos, mas que isso não tem
relação o provão.
Para o presidente da comissão de
exame da ordem da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), Vitorino Antunes Neto, o provão ainda é
muito recente e não tem nenhum
peso na seleção feita pelas empresas para profissionais de direito.
"O exame deve ser considerado
apenas dentro do contexto universitário. Não serve de parâmetro
para empresas", diz o advogado.
Discriminação
A discriminação dos candidatos
no mercado de trabalho conforme
a colocação no provão tem sido
um dos principais argumentos da
UNE (União Nacional dos Estudantes) para a avaliação.
Desde que o exame surgiu, a entidade defende que o provão não é
indicativo da qualidade do futuro
profissional, porque só avalia um
momento da vida do estudante.
Segundo George Braga, diretor
de relações institucionais da entidade, apesar de essa discriminação não estar ocorrendo, ainda há
possibilidade de que ocorra, o que
ainda preocupa a UNE.
A assessoria de imprensa do
Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais),
que realiza o provão, afirma que o
exame não foi planejado para servir de parâmetro para o mercado,
e sim para avaliar a qualidade do
ensino nas universidades.
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