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AIDS
Encontro que começa hoje em SP discute prevenção com educadores de todo o país
Escolas têm 6 mil crianças com HIV
Sheila Cortopassi, que foi barrada em escola por ter o HIV e
que morreu em 93
AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local
Pelo menos 6.000 crianças portadoras do vírus HIV estão frequentando escolas públicas e privadas
em todo o país. A grande maioria
está no primeiro grau. A estimativa é da Apta -Associação de Prevenção e Tratamento de Aids-
ONG de São Paulo que promove a
partir de hoje um encontro nacional sobre o tema para educadores.
A estimativa da Apta é baseada
no número de casos notificados de
crianças menores de 13 anos. Segundo a Coordenação Nacional de
DST-Aids, cerca de 7.200 crianças
já manifestaram a doença desde o
início da epidemia. Mais de 60%
delas morreram.
"Para cada criança com Aids,
há pelo menos três ou mais portadoras do vírus", estima Teresinha
Reis Pinto, presidente da Apta. O
objetivo do 2º Educaids, o encontro que vai até domingo em São
Paulo, é preparar os educadores
para lidar com essa realidade.
"Acredito que a maioria das
crianças com HIV sabem que são
portadoras, mas a escolas não",
diz Teresinha. Pesquisa feita pela
Unicef e pela Apta mostrou que
70% das escolas municipais de cidades com mais de 100 mil habitantes não têm programas de prevenção. Dos 27 Estados, apenas
nove -entre eles São Paulo- têm
projeto de prevenção em suas redes de escola.
Segundo Teresinha, os educadores estão mais preocupados com o
problema do que os dirigentes de
escolas. A disposição também seria maior na rede pública que na
rede privada. "As escolas particulares ainda acham que sua clientela é bem informada e assistida."
Dados da Unaids, órgão das Nações Unidas, estimam em 1,5 milhão o número de crianças infectadas no mundo.
Um estudo realizado no Brasil
avalia em 183 mil o número de
crianças diretamente afetadas pela
Aids, aqui somados os filhos de
mães vivas doentes ou portadoras
do HIV. Entre essas crianças,
10.600 já seriam órfãs de mães vítimas da Aids. O estudo foi coordenado por Miguel Fontes, um dos
participantes do Educaids.
Para a psicóloga Rose Munhoz,
do Ministério da Saúde, a escola é
um local importante na "estratégia de combate à Aids, porque
tem alta frequência de mulheres
adolescentes", um dos grupos da
população que vem correndo
maior risco.
O Educaids tem o apoio da Unicef, do Ministério da Saúde e do
Programa Estadual de Aids.
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