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Laudos apontam mortes pelas costas no Alemão
Dados sobre a operação policial realizada no complexo estão em relatórios do IML
Das 19 vítimas, 7 foram baleadas pelas costas; governo federal enviou peritos para apuração independente do caso
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Dos 19 mortos durante a operação policial realizada no último dia 27 no complexo do Alemão (zona norte do Rio), sete
foram baleados pelas costas
-dos quais três à curta distância-, outros dois também receberam tiros à queima roupa e
três tiveram as nucas atingidas.
As informações estão nos laudos cadavéricos do IML (Instituto Médico Legal).
Após examinar os documentos, o subprocurador de Direitos Humanos do Ministério
Público Estadual, Leonardo
Chaves, disse ter estranhado o
fato de a quase maioria deles
ter sido alvejada por trás. Ele
recebeu os laudos do deputado
estadual Alessandro Molon
(PT), presidente da Comissão
de Defesa dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa.
De acordo com os peritos do
IML, foram baleados pelas costas Bruno Rodrigues, Uanderson Ferreira, Rafael Cerqueira,
Jairo Caetano, Bruno Rocha,
Claudomiro Santos e David Lima. Todos eles receberam tiros
em outros pontos do corpo, especialmente cabeça, tórax e abdômen. Na nuca, foram baleados Geraldo Batista, José Farias Júnior e Paulo Santos.
Caberá à Promotoria apurar
as circunstâncias das mortes.
Em cinco casos, a perícia do
IML constatou tatuagem de
pólvora nas bordas dos ferimentos causados pelos tiros.
Isso significa que os disparos
foram perto das vítimas. Os
laudos não indicam a distância.
Tiros como os listados no
laudo são indícios de assassinato, embora seja preciso apurar,
diz o advogado João Tancredo,
presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Três peritos da Secretaria
Especial de Direitos Humanos
farão apurações "independentes" na semana que vem, disse.
Ontem, esses peritos enviaram à Chefia de Polícia Civil, a
qual o IML é subordinada, ofício em que pedem providências
sobre 15 quesitos -entre os
quais está a apresentação das
roupas que as vítimas vestiam.
Parentes de mortos e moradores do Alemão acusam a polícia de arbitrariedades na operação. A polícia nega.
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